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“Foi a coisa mais horrível que vi na minha vida”

Comerciante que tentou convencer vizinho a não se jogar da janela com o filho está muito abalado; caso assustou moradores do condomínio

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 15h15 - Publicado em 18 fev 2014, 19h21

Ainda muito abalado, Adriano de Souza Castro, de 31 anos, falou por telefone com VEJA SÃO PAULO sobre a tragédia que presenciou na noite de segunda-feira (17). Da janela de seu apartamento, o comerciante tentou convencer o vizinho, o professor Edemir de Mattos, de 52 anos, a não se jogar do 13º andar com o filho Ivan Pesquero de Mattos, de seis anos, no colo. O homem acabou pulando, o que resultou em sua morte e na do garoto.

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“Foi muito forte tudo o que aconteceu. Foi a coisa mais horrível que vi na minha vida”, disse. Após escutar a discussão entre o casal no apartamento ao lado, Castro foi até a sacada e viu as pernas de Mattos para fora da janela. Ao falar com ele, o professor nada respondeu.

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Nesse momento, Castro e outros vizinhos iniciaram uma negociação da janela de seu apartamento para evitar a tragédia. Ele tentou entrar no apartamento do professor, mas a porta seguia trancada. Castro ainda começou a cortar a tela de proteção do próprio apartamento para tentar segurar Mattos, mas não conseguiu impedi-lo, já que, após discutir e agredir a mulher, o professor segurou o filho de seis anos no colo e se jogou do 13º andar do prédio na Avenida Manoel Pedro Pimentel. “Foi horrível.”

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Ainda chocados, outros moradores do condomínio ainda não acreditam como tudo terminou dessa forma. Carla Cristina Santander dos Anjos, de 41 anos, mora no mesmo andar do apartamento da família. Segundo ela, Mattos era educado e gentil com todos. “Sempre nos cumprimentava quando nos encontrávamos, já presenteou o meu filho com doces”, contou.

Sobre Ivan, Carla lembra que ele era dócil e costumava brincar com seu filho. “Era uma criança muito alegre.”

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Ela conta que nunca ouviu uma briga do casal como a que aconteceu na noite de segunda, nada que ultrapassasse um “choro de criança”. Além disso, a vizinha relata que nunca desconfiou das agressões que Célia afirmou à polícia ter sofrido com frequência.

Carla afirma que a tristeza da mulher era visível. “Às vezes, dava para perceber um ‘oi’ mais triste, mas ela nunca dizia o motivo.”

Depois da confusão, a vizinha conta que foi até o hall compartilhado pelos quatro apartamentos do andar e viu um movimento de vizinhos dentro de uma das casas. Era a residência de Castro, local onde foi feita a negociação para Mattos não se jogar com o filho.

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Ouvíamos o garoto falar ‘Papai, não, não me joga’.” Durante os minutos que antecederam a queda, Mattos impediu que os vizinhos se aproximassem, ameaçando se jogar com a criança. “Ele dizia: ‘Está tudo na paz’”, conta Carla.

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