Os Jardins são, há tempos, um destino norturno na noite paulistana, apresentando uma mistura de casas chiques, botecos despojadas e pubs agitados. Nos últimos meses, a oferta de bares na região cresceu, com a chegada do (quase) clandestino Frigobar, na Rua Bela Cintra, e do agitado Bar de Cima, onde a paquera rola solta.
Aos novos, juntam-se ainda clássicos da área, como o Balcão e o Bar da Dida. Escolha um deles e aventure-se pela noite da região:
Aconchego Carioca: embora a decoração siga os padrões da matriz no Rio de Janeiro, com redes penduradas no teto, a casa daqui carece da informalidade típica carioca e mostra um ambiente mais arrumado. No cardápio, os afamados bolinhos aparecem em nove versões. Agradou a receita de virado à paulista, de massa de feijão-carioca preenchida por couve, linguiça, bisteca e ovo. Uma didática carta de cervejas, elaborada por Edu Passarelli, traz cem rótulos divididos por estilo e nacionalidade.
All Black: decorado com placas, mapas e outros objetos que fazem alusão à Irlanda, é ponto de encontro de gente em busca de azaração. O combustível da noite sai das chopeiras, que servem a irlandesa Guinness e a alemã Erdinger.
Balcão: de clima sempre amigável, pertence ao seletíssimo time de endereços dos Jardins que nunca saem de moda. Seu salão principal não tem mesas, e sim um sinuoso balcão de 25 metros de comprimento, com banquetas dos dois lados — o que facilita a paquera. Animam os bate-papos cervejas como Heineken e Stella Artois. Para acompanhar, há sanduíches montados no pão ciabatta. Um deles leva pastrami, queijo emmental e pasta de azeitona.
Bar de Cima: o agito é garantido no último andar. Lá, a maioria das mesas foi aposentada, o que deixou mais espaço para o pessoal circular e dançar. Enquanto sons eletrônicos bombam nas caixas, a galera conversa em grupinhos, troca olhares e beberica drinques como o cosmpolitan (R$ 29,00). Se preferir um tira-gosto e um clima mais tranquilo, o lugar certo é o piso de baixo. Atenção: antes de subir pelos elevadores, deve-se passar no caixa e pegar as comandas de consumo. ok
Bar da Dida: montado numa garagem, o boteco conquistou a simpatia de descolados e gays. Como o espaço interno não comporta nem sequer uma mesa, elas ficam todas do lado de fora. A maior parte é espalhada no estacionamento do cabeleireiro vizinho. Caipiroscas em copo alto (uva e gengibre) fazem companhia aos tostex no pão ciabatta, entre eles o de peito de peru, queijo brie e geleia de pimenta.
Barê: o salão é escurinho, estreito, ruidoso e, sobretudo, lotado nos fins de semana. A barulheira vem do público animado, na altura de seus 30 e poucos anos, e compete com o indie rock, house e soul da música ambiente. Basta provar o primeiro drinque da carta criada por Rafael Pizanti (ex-Mozza) para deixar de lado os exageros sonoros da clientela. Uma mistura de fazer esquecer o dia seguinte, o mate mussum junta cachaça com erva-mate, maracujá, limão e gengibre.
Brasserie des Arts: estiloso e todo à meia-luz, o endereço tem perfil versátil. Pode-se tanto jantar ao som de house e deep house como curtir o clima de bar da varanda e do lounge (nos fundos), com sofás de veludo e pufes. O competente Marcelo Serrano assina e executa a carta de drinques, que traz o robusto, que mistura licores de damasco, amaretto e tagliatella, purê de pêssego, maple syrup e suco de limão-siciliano.
Botega Bernacca: a lista de vinhos disponibiliza dezessete rótulos, entre eles o tinto italiano Castello di Magione 2013 (R$ 109,00), feito com uva sangiovese. A bebida é servida sem pompa, em pequenos copinhos de vidro importados da Itália e capacidade de meia dose. Mas, se você não vive sem as tradicionais taças, basta solicitá-las. A ala mastigável inclui alguns sanduíches, massas e saladas. O steak tartare custa R$ 59,90.
Frigobar: o saboroso 12 mile limit, de rum 8 anos, bourbon, brandy de jerez, romã e limão-siciliano custa R$ 30,00. Preparado pelo barman Sylas Rocha, o drinque divide as atenções com o cítrico celery dry (vermute seco, licor de salsão, absinto e limão; R$ 30,00). Para forrar o estômago, vai bem a batata bolinha com creme azedo e tempurá de abobrinha (R$ 20,00). Desfrutar esses comes e bebes, porém, demanda certo esforço. Com aura de clandestino, o pequeno endereço só abre às terças e quartas e exige reserva via e-mail (frigobarsp@gmail.com). O pagamento antecipado de R$ 150,00 inclui quatro drinques, couvert, sobremesa, água e café.
Karavelle: tanques de fermentação e maturação em aço inox, dispostos pelo salão, logo evidenciam a vocação do lugar: fabricar o próprio chope. A atmosfera com música alta predominantemente eletrônica cria um clima de balada para um público arrumadinho e eclético. O cardápio traz uma tabela com possíveis harmonizações. Dica: vá na minidegustação com seis versões de chope e comande vários petiscos à mesa. As porções de coxinha de ossobuco e de croquete de costela são ótimas.
Jet Lag Pub: peças de avião estão expostas no salão, agitado por pop rock ao vivo de quinta a sábado. Apesar de curiosas, as peças de decoração são quase ignoradas pelo público masculino, que prefere prestar atenção nas atendentes, vestidas de aeromoça. Elas servem pints de Guinness e coquetéis de apresentação extravagante. Para comer, prove os piaggio aero, hamburguinhos de picanha. Antes de virarem recheio do pão macio, são cobertos por molho de tomate e um disco de provolone.
O’Malley’s: subterrâneo, labiríntico, barulhento, agitado, confuso, cheio de ambientes, este certamente está entre os pubs mais animados da cidade. Banquetas altas e balcões de parede ficam espalhados por quase todos os cantos dos diversos salões da casa. Um deles é dedicado ao snooker, o outro ao palco para shows de bandas e há ainda mais espaços simplesmente para conversar em alto e bom som. Dos beliscos, o caipi-fries são batatas fritas com pimenta de limão, a companhia perfeita para pints de chope. O Old Speckled Hen é amargo e intenso e o Guinness, cremoso, cremoso.