A edição especial VEJA COMER & BEBER São Paulo reúne 200 endereços de comidinhas. Abaixo, a seleção dos melhores lugares para tomar um bom café:
Beluga: moderninhos são maioria no salão de paredes brancas e decoração clean. Em mesinhas muito próximas umas das outras ou nos assentos coletivos, eles bebem cafés bem tirados, feitos com grãos provenientes de Minas Gerais. Além do coado do dia (R$ 6,00), tem expresso (R$ 4,00) e cappuccino (R$ 6,50), tudo preparado como manda a cartilha das boas casas do gênero. Para comer, há trivialidades como um pão de queijo de casquinha crocante (R$ 6,00) e a fatia de pão de banana (R$ 5,00), que mais parece um bolo e é finalizada na chapa antes de ser servida.
Café Torra Clara: Douglas Siqueira e Danielle Tsuzukibashi preenchem os moinhos com três tipos de grão — dois mineiros e um paulista. Com eles, dá para pedir um expresso (R$ 5,50) e cafés resultantes de outros métodos de extração, caso do filtro Hario (R$ 7,50) e do Clever (R$ 9,50), no qual se controla o tempo de infusão. Para os dias quentes, surpreende a deliciosa combinação de expresso duplo com água tônica e gelo (R$ 15,00). Tortas compõem o capítulo de comidinhas, bem como um waffle feito de massa de pão de queijo servido junto de requeijão, mel, doce de leite, geleia ou Nutella (R$ 10,00).
Cafezal Cafés Especiais: fica no belíssimo prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, no centro. Se o ambiente já ajuda, os cafés mais ainda. Quem pede expresso (R$ 5,00), costumeiramente bem tirado, pode escolher entre os grãos Fazenda Pessegueiro, Chapadão do Ferro e Mantissa, esses dois últimos de acidez mais pronunciada. Coado no Hario, qualquer um deles sai a R$ 6,00. A loja faz ainda bons cappuccinos (R$ 8,00) e mochas (R$ 11,00). Peca apenas pela oferta limitada de comidinhas. Nesse caso, vale recorrer à fatia de bolo do dia (R$ 4,00).
+ Comidinhas: os eleitos VEJA COMER & BEBER 2016/2017
Caffè Pascucci: rede com matriz na Itália e cerca de 500 lojas pelo mundo, fechou as portas da unidade que mantinha no Aeroporto de Guarulhos para aterrissar na Rua Oscar Freire. Com ambiente descolado e público animadinho, serve um bom expresso (R$ 5,00) e variações como o confuso (R$ 8,50), coberto por um chantili mais consistente e com sabor de baunilha. Das comidinhas, o panini gourmet é um sanduíche que pode ter recheio como salmão defumado, aspargo e brie na ciabatta (R$ 34,00). Se a ideia é adoçar, basta pedir o brownie com sorvete de creme (R$ 20,00).
Coffee Lab: para manter a qualidade que atrai tanto público — e tantos prêmios —, Isabela Raposeiras garimpa boas surpresas pelo país, que são estampadas no cardápio junto de impressões como “doce de dar cárie” ou “lindo e elegante”. Longe de ser uma afetação, esse é o jeito encontrado pela barista de não deixar ninguém acuado diante das novidades, sobretudo os não iniciados no perfumado mundo dos cafés especiais. E, se ainda pairar dúvida sobre o grão ou o método de extração a escolher, é só pedir que a equipe explica tudo com jeitinho. Não está a fim de arriscar um complexo catuaí cultivado na cidade capixaba de Itarana e extraído no filtro Clever (R$ 12,00)? Dá para ficar no expresso (R$ 5,00), feito com o blend da casa, ou então no cappuccino (R$ 9,00), de cremosidade ímpar. E ser igualmente feliz.
Il Barista Cafés Especiais: seja nas duas unidades em shoppings, seja na que funciona dentro da Casa do Saber, as equipes comandadas pela barista Gelma Franco entregam cafés de ótima qualidade. A variedade de blends, dez ao todo, inclui o ópera, cultivado em Minas Gerais e de baixa acidez, e o bossa, mais cítrico. Ambos saem a R$ 5,90, na forma de expresso, ou R$ 8,00, se filtrados no Hario. A lista de comidinhas é igualmente extensa, e vai do básico pão de queijo (R$ 5,00) a pedidas que valem como refeição, caso do escondidinho de carne-seca com purê de mandioquinha (R$ 27,00).
Isso É Café: foi uma bela reforma, e o Mirante 9 de Julho voltou à vida após sessenta anos fechado. Como um badalado espaço cultural, guarda numa de suas pontas uma cafeteria das boas, mantida pela Fazenda Ambiental Fortaleza, de Mococa (SP), onde é produzida parte dos grãos arábica ali usados. Além do aromático expresso (R$ 6,00), há outras preparações para bebericar enquanto se observa o vaivém da Avenida 9 de Julho, como o cold brew, extraído lentamente a frio e servido em copo baixo com gelo (R$ 10,00). Pode ser acompanhado da tortinha de framboesa com creme de amêndoas (R$ 10,00).
KOF — King of the Fork: ciclistas sentem-se em casa no local, que vende itens como selim e luvas e tem um suporte para guardar bicicletas logo na entrada. A mesona coletiva da área externa e o pequeno salão são igualmente agradáveis para quem busca um café de qualidade, preparado com cuidado. Pergunte ao barista quais os grãos disponíveis do dia e o método de extração adequado a eles. O expresso duplo e o café coado no Hario ou Aeropress (8,00) (R$ 7,00 cada um) ficam ainda melhor na companhia de uma fatia de bolo do dia (R$ 7,00). Torça para ser o bolo de cenoura, fofinho e com cobertura de chocolate na medida.
Mesa III Café: Ana Soares abriu um café tão pequeno quanto charmoso. Com o intuito de funcionar somente até o fim do ano, ele fica nos fundos da Amoreira, loja que vende objetos de casa e presentes, e tem mesas espalhadas em um terraço. O expresso (R$ 4,50) se presta a acompanhar as ótimas comidinhas da chef, caso da empadinha (R$ 6,50) e de doces como a verrine (R$ 16,00), uma panacota com calda de frutas vermelhas. Massas se configuram boas escolhas para um almoço rápido e mudam ao sabor do dia, assim como os sanduíches. Destes, vale torcer para encontrar o de porchetta com rúcula na focaccia de alecrim (R$ 21,00).
Mocotó Café: eis que o chef Rodrigo Oliveira decidiu sair da toca. Ou melhor, da Vila Medeiros, onde sua família mantém desde 1973 o aclamado Mocotó. Aberto em dezembro, seu café fica num pequeno boxe do Mercado de Pinheiros. Em pratos descartáveis, são servidas algumas das ótimas receitas do cozinheiro, caso do copiadíssimo dadinho de tapioca (R$ 18,00, dez unidades) e do baião de dois (R$ 21,00 ou R$ 26,00 na versão completa, com vinagrete de abóbora, farofa e carne de panela). Até as 11 horas, saem itens para um café sertanejo, como o cuscuz de milho com ovo mole (R$ 8,00 o pequeno e R$ 10,00 o grande), pedida que pode vir com o caprichado café coado (R$ 4,00).
Octavio Café: depois de quase uma década, ganhou a primeira filial, um quiosque no Shopping Eldorado. Nesse endereço o cardápio é reduzido, sobretudo em relação aos métodos de extração de café. Das possibilidades disponíveis nos dois lugares, estão Hario (R$ 12,00) e prensa francesa (R$ 13,00). Só de expresso, o bom time de baristas treinado por Tabatha Creazo tira na matriz dez versões, entre as quais, o romano (com raspas de limão, R$ 7,50). Se essa variedade encanta, a displicência no atendimento pode irritar. A cozinha expede salgados e sanduíches sem muito esmero. É melhor investir em doces como o bolo de cenoura com calda de brigadeiro (R$ 9,00).
+ Bons endereços para tomar chá
Santo Grão: de xícara em xícara, a marca criada pelo neozelandês Marco Kerkmeester se tornou uma rede com sete unidades na cidade. No Itaim Bibi e nos Jardins, a atmosfera se assemilha à de um restaurante, com cardápio mais variado. Quer uma desculpa para ficar só no cafezinho? Há grãos de diferentes regiões produtoras, como sul de Minas, Cerrado e Mogiana, bem como diversos métodos de extração. Pode-se eleger o filtro japonês Hario (R$ 8,50) ou a aeropress (R$ 8,30), além do expresso (R$ 5,90).
Sofá Café: Diego Gonzales transformou sua marca em uma pequena rede com três unidades por aqui, mais uma filial no Rio e outra na cidade americana de Boston. Expandir a marca, contudo, não significou abrir mão da qualidade. O proprietário controla todas as etapas do processo — da torra dos grãos na matriz, em Pinheiros, ao treinamento dos baristas. Vale pedir o blend da casa, um catuaí-amarelo da Fazenda Alta Vista (MG), feito na prensa francesa ou no filtro Hario (R$ 8,00). Opção para beliscar, a porção de pães de queijo (R$ 8,50, oito unidades) é servida em um coador de café ao lado de requeijão.
Suplicy Cafés Especiais: o atendimento costuma ser confuso, mas a única loja de rua da marca na cidade, na Alameda Lorena, mantém-se como um ponto de encontro nos Jardins. Além do expresso (R$ 6,00), as bebidas podem ser preparadas no coador (R$ 7,00) e na prensa francesa (R$ 14,00), que rendem de duas a três xícaras. Todos utilizam grãos do tipo arábica, torrados e moídos no local, e que podem ser levados para casa. A caixinha com dez cápsulas da grife na torra escura sai por R$ 18,00. Com moagem à escolha, o pacote de 250 gramas de grãos de um microlote produzido no Sítio Mato Dentro, em Minas Gerais, custa R$ 29,00.
The Little Coffee Shop: eis uma casa sui generis. Ela é composta apenas de um minúsculo balcão voltado para a rua, sem salão, sem cadeiras, sem nada, no qual Flavia Pogliani serve seus bem tirados cafés. Ao expresso (R$ 4,00), somam-se opções como o duplo ristretto (R$ 5,50), que consiste em duas extrações curtas e resulta em uma bebida mais doce e encorpada. O cappuccino (R$ 6,00) é cremoso como poucos e, assim como as outras pedidas, vem em copinho descartável. Entre as comidinhas, provenientes de diferentes fornecedores, o bolo gelado de coco custa R$ 5,50.
Um Coffee Co.: boa surpresa no Bom Retiro, a cafeteria é tocada por uma família de origem sul-coreana. Em 2006, o clã Um começou um negócio de exportação de café e há cinco anos administra a própria fazenda na cidade mineira de Campanha. É de lá que vem boa parte dos grãos usados em diferentes métodos de filtragem, como o japonês Kalita (R$ 15,00) — repare na precisão dos baristas, que se valem até de balança e cronômetro para extrair a melhor bebida. O brunch (R$ 32,00) é servido a qualquer hora e leva à mesa fatias de pão e de bolo, além de geleia, salmão defumado, ovo, iogurte com granola e, é claro, um cafezinho.