No mundo dos “pés-sujos” existe uma regra informal: beber apenas a confiável cerveja. Drinque? No máximo, caipirinha. Nada de dry martini, negroni, manhattan… No Paramount, porém, a história é outra. Até quem acredita que só no lobby de hotéis chiques há bons coquetéis tem ocupado o número 1179 da Rua dos Pinheiros para conhecer o botecão que serve preciosas misturas. Aberto há pouco mais de um ano, é um dos locais mais fervidos da cidade. Não raro, a calçada fica intransitável, e a espera por um dos 25 lugares ultrapassa três horas.
Além da qualidade da bebida, o público se encanta com o preço dos drinques, de 16,90 a 24,90 reais. Por semana, esvaziam-se em média 120 garrafas de gim, o suficiente para 1 680 gins-tônicas ou 3 000 negronis. “Aqui não para bebida na prateleira”, afirma o sócio José Francisco de Oliveira Neto, o Netinho.
A fauna local de jovens com menos de 30 acolhe alguns fiéis da época em que o dono deu expediente no Astor, na Vila Madalena, por quase doze anos. “Até hoje procuram pelo ‘baixinho’ que trabalhava aqui”, conta o ex-patrão e amigo Lucivaldo Pereira, chefe de bar do Astor. Outro “fã” é Marcio Silva, sócio do ótimo Guilhotina, em Pinheiros. “Comemorei meu aniversário em abril no Paramount”, conta.
No início, havia três pessoas — incluindo o proprietário. Hoje, são doze. Até o fim de agosto, Netinho promete abrir outro estabelecimento, o boteco Majestic, também com o irmão Edvelton. “A carta será parecida com a do Paramount e os preços, também”, garante. O endereço? Rua Delfina, 130, quase em frente ao Astor. Se a escolha foi proposital? “Antigos clientes indicaram o ponto”, despista.