Uma grande parceria etílica acaba de ser desfeita. O bartender Márcio Silva não tem mais nenhuma ligação com o bar Guilhotina, em Pinheiros, que ele ajudou a fundar em 2016. O estabelecimento está fora de operação desde o início da quarentena, em março, e deve retornar a funcionar apenas com os sócios Marcello Nazareth e Rafael Berçot.
“Encerro meu ciclo no Guilhotina hoje [23 de junho]”, me contou Márcio, que foi duas vezes premiado como o bartender do ano pelo especial VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER. O estabelecimento levou, em 2017, o título de melhor bar de drinques da capital paulista pela publicação. No ano passado, o Guilhotina ficou em 15ª posição no ranking mundial The World’s 50 Best Bars.
“É o fim de uma parceira que foi boa enquanto durou. Não quero falar de passado”, afirma o sócio Marcello Nazareth. “Acho [Márcio] um cara incrível em termos de técnica e de conhecimento de bebidas, mas a gente estava com insatisfações a respeito de planejamento e norte da empresa, e da parte dele também havia”, diz. “Chegamos em um acordo que foi bom para todos”, acredita.
A partir de agora, o agora ex-sócio se desvincula da marca Guilhotina. O bar continuará a ser tocado pelo mesmo time — a equipe teve os contratos suspensos durante a quarentena, de acordo com Nazareth. “Vamos investir muito mais nos funcionários. Vamos colocá-los à frente”, promete o empresário. Nenhum nome deve ser contratado para ficar como titular do balcão.
“Houve conflitos dentro da sociedade que se tornaram irreconciliáveis”, resume Márcio. “Nossos direcionamentos e ideologias, pessoais e profissionais, eram bem diferentes e se tornaram conflituosos. No fim do ano passado, começamos a ter essas conversas sobre a separação.”
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“Em todo esse tempo de Guilhotina, mesmo com todas as diferenças que aconteceram, aprendi a me tornar um empresário”, acredita. “Já tenho um projeto pessoal bem adiantado. Preciso entender como vai ser esse retorno de uma vida social para fazer o lançamento.”
Márcio teve grande responsabilidade em tornar o bar conhecido internacionalmente e por ter alcançado altas posições em rankings. Ele rodava o globo e passava boa parte do ano longe do balcão para divulgar a marca. “Quando viajava para o mundo, falar do Guilhotina era também uma forma de falar sobre a coquetelaria do Brasil. Quando o estrangeiro vinha para o Guilhotina, ia também para o SubAstor, o Guarita…”, diz. “Márcio Silva existia antes de Guilhotina. Enquanto puderam caminhar juntos, foi ótimo.”
+ Leia aqui a primeira matéria publicada sobre o Guilhotina, antes mesmo de o bar ser inaugurado
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