Próximo de igrejas, muitos paulistanos exercem religiosamente o hábito da botecagem. O Frangó, na Freguesia do Ó, e o Armazém Garnizé, na Barra Funda, são exemplos de bares nascidos perto de templos. O mais tradicional da turma, o Bar das Batidas (ou C. do Padre), quase ao lado da Paróquia Nossa Senhora do Monte Serrate, no Largo da Batata, ganhou em fevereiro um concorrente de peso.
Trata-se do Confessionário, tocado pelo chef Greigor Caisley e pelo bartender Jean Ponce, a dupla à frente do ótimo bar Guarita, entre outros negócios.
A casa faz parte da nova geração de botecos com a cozinha e a coquetelaria modernizadas e mais bem cuidadas.
No microssalão, um inusitado apoio para rezar, um genuflexório, chama a atenção da freguesia, mas muita gente não dá bola, já que há seis vezes mais lugares espalhados na calçada. Para alternar com a cerveja em garrafa (Becks, R$ 14,00), vale ficar de olho na lista de drinques.
O terra da garoa (cachaça, concentrado de gengibre, Fernet Branca, limões taiti e siciliano e bitter; R$ 27,00), levemente ardido, parece beber da fonte do penicillin. As caipirinhas, restritas à receita clássica na casa-mãe, ganham versões, como a de caju (R$ 27,00). São bem-feitas, embora brilhem menos que as do Guarita.
Um balcão deixa à mostra os acepipes frios vendidos por 100 gramas, como a sardinha escabeche bem temperada (R$ 22,00), o polvo firminho ao vinagrete (R$ 29,00) e a língua bovina macia com cebola (R$ 16,00).
Das gostosuras da fritadeira, tem coxinha de rabada (R$ 12,00) junto do molho refrescante de agrião e pastel compridinho de camarão (R$ 15,00). Dá até para arriscar e dizer que são de comer rezando.
Avaliação: BOM (✪✪✪)
Confessionário
Salão e retiradas: Rua Campo Alegre, 86, Pinheiros.
Das 18h até 23h30 (sexta até 1h; sábado 15h/1h; domingo a partir das 15h; fecha sgunda).
Instagram: @botecoconfessionario.
Confira o cardápio:
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