Para 60% dos paulistanos, as ações do poder público na cracolândia são nada eficazes, enquanto 29% consideram que as políticas são pouco eficazes. Esses dados foram revelados pela pesquisa “Viver em São Paulo: Pobreza e Renda”, feita pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) e divulgada nesta terça-feira (30).
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A pesquisa mostra que 37% dos entrevistados acreditam que o combate ao tráfico de drogas deveria ser a prioridade do poder público na região Central onde se concentram as cenas de uso aberto de drogas, e 18% assinalam como prioridade a construção de unidades de saúde especializada. Para outros 18%, a melhor alternativa seria desenvolver políticas públicas para atuação conjunta de diversas áreas, como saúde, segurança, assistência social, educação, trabalho e renda.
Apenas 7% dos entrevistados defende a internação compulsória e para 4% a prioridade deveria ser intensificar a ação da polícia para impedir a aglomeração de usuários em determinados locais. A pesquisa ouviu 800 pessoas com 16 anos ou mais, em dezembro de 2022, de forma presencial e online.
Há mais de um ano, a chamada cracolândia tem se movimentado pelas ruas do Centro. Por anos, os usuários se concentraram no entorno da Praça Júlio Prestes, mas depois houve a migração para a Praça Princesa Isabel. Operações da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana foram realizadas para retirar os dependentes químicos do local, a praça foi fechada e desde então há grupos de usuários e traficantes se espalhando por diversas ruas da região, com constante operações policiais para dispersão, sem que o problema seja resolvido.
No início de 2023, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciaram medidas conjuntas para lidar com a questão, como a reforma do Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas (Cratod), na Luz, que foi rebatizado de “Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas”.