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Como cemitérios da capital buscam revitalizar espaço após concessões

Visitas guiadas são aposta de necrópoles, como a São Paulo, Araçá e Santo Amaro, para atrair movimento

Por Mattheus Goto
3 nov 2023, 06h00
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  • Tour na Necrópole São Paulo: pesquisadores acreditam que passeios podem ajudar a evitar vandalismo (Thiago de Souza/Divulgação)

    O Cemitério São Paulo, localizado em Pinheiros, retomou no último domingo (29) um projeto antigo: a realização de visitas guiadas pelas dependências da necrópole com uma frequência mensal. O passeio deixou de acontecer regularmente em 2005 — desde então ocorria de forma esporádica.

    O cemitério, inaugurado em 1926, abriga obras de arte, como Os Anjos, de Victor Brecheret, e túmulos de personalidades, como o próprio escultor modernista e o cineasta e ator José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

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    Victor Brecheret – Família Scuracchio – Cemitério SP – Thiago de Souza
    Escultura de Victor Brecheret no Cemitério São Paulo (Thiago de Souza/Divulgação)

    Os tours são coordenados pela historiadora Viviane Comunale e pelo influenciador Thiago de Souza, ambos membros da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (ABEC). Eles já realizavam passeios guiados desde 2021 em cemitérios em Campinas e Piracicaba, quando surgiu em maio deste ano a ideia de trazer o projeto para a capital e sugeri-lo à Cortel São Paulo, concessionária do cemitério.

    “A Necrópole São Paulo é uma das mais paulistanas da capital”, afirma Souza. “Apesar de ser de 1926, ela faz um retrato da efervescência de São Paulo desde os anos 1920. Tem muitos modernistas, a presença de imigrantes e também muito da história da Revolução de 1932”, ele explica.

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    Escultura de Alfredo Oliani, no Cemitério São Paulo (Thiago de Souza/Divulgação)
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    Escultura de Galileo Emendabili no Cemitério São Paulo (Thiago de Souza/Divulgação)

    Segundo o influenciador, as visitas têm o objetivo de estimular um senso de pertencimento da população. “Com as visitas, as pessoas estarão dentro do cemitério, a chance de evitar vandalismo é maior. Elas vão se sentir acolhidas e não terão medo”, acrescenta Viviane. Para a historiadora, que pesquisa arte tumular desde 2008, cemitérios são espaços pedagógicos e de aprendizagem que preservam as memórias da capital.

    A cada mês, a Cortel divulgará em suas redes sociais a data da visita guiada no cemitério. A empresa assumiu a concessão em março deste ano e também administra os cemitérios Araçá, Dom Bosco, Santo Amaro e Vila Nova Cachoeirinha. “A ideia é expandir o tour para outras necrópoles, em especial Araçá e Santo Amaro”, diz o diretor – executivo Rodrigo Macedo.

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    Túmulo da milagreira Menina Izildinha, no Cemitério São Paulo (Thiago de Souza/Divulgação)
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    Túmulo do jogador Arthur Friedenreich, no Cemitério São Paulo (Thiago de Souza/Divulgação)

    Após sete meses da licitação, a Cortel está em fase de preparação de projetos para aprovação junto da prefeitura e já realizou nesse tempo ações de zeladoria, como limpeza geral e fechamento de sepulturas vandalizadas ou abandonadas. “Nesse primeiro período intensificamos a questão visual”, ele afirma. Agora, vê como desafio o processo de recadastramento dos responsáveis legais por cada sepultura, para pedidos de autorização para serviços de zeladoria e revitalização.

    Publicado em VEJA São Paulo de 3 de novembro de 2023, edição nº 2866

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