O governo de São Paulo estuda usar todas as vacinas contra a Covid-19 disponíveis até o momento para ampliar o número de pessoas que receberão a primeira dose dos imunizantes. Até o momento, as vacinas CoronaVac e AstraZeneca seguem o protocolo federal do Programa Nacional de Imunização, que reserva 50% dos lotes para a segunda dose.
As doses do imunizante do Instituto Butantan são aplicadas com intervalos de 14 a 28 dias. A de Oxford tem prazo de até 120 dias. De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o Comitê de Contingência da Covid-19, organizado pelo governo paulista, quer aumentar o número de pessoas vacinadas o mais rápido possível, uma vez que há um grau razoável de proteção conferida na primeira dose.
Membros do comitê, formado por 20 especialistas, dizem que a decisão do Ministério da Saúde não faz sentido do ponto de vista epidemiológico. A presença da nova variante do coronavírus proveniente do Amazonas, detectado no estado, é mais um motivo para que mais pessoas recebam a primeira dose.
Caso o órgão recomende a medida oficialmente, o governo estadual pode sugerir ao ministério da Saúde a adoção da ideia ou implementá-la sozinho, o que pode acirrar ainda mais os ânimos entre o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro.
Há no Brasil apenas 2 milhões de doses da vacina de Oxford. No Reino Unido, o intervalo entre cada aplicação é de até 4 meses, prazo recomendado pela Fiocruz para ser adotado por aqui. A janela dá mais tempo para produzir mais doses da vacina.
No caso da CoronaVac, o governo deve anunciar o intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação (antes, era 21). O Brasil ainda sofre com o atraso de insumos para a produção dos imunizantes. A matéria-prima deve chegar ao país vindo da China até o dia 3 de fevereiro. Com isso, o Butantan irá produzir outras 8,6 milhões de doses da CoronaVac.