O governo de São Paulo afirmou que o sistema de saúde do estado entrará em colapso no dia 15 de março se nenhuma medida nova for adotada. A projeção foi realizada nesta semana e analisou o rumo da pandemia no território paulista. Nesta quarta, João Doria (PSDB) colocou todo o estado na fase vermelha do Plano São Paulo.
Na última semana, segundo dados do governo estadual, o número de internações por Covid-19 em UTI no estado paulista foi 14,7% maior do que na pior semana da pandemia, em julho. Em relação à semana anterior, foram 9,7% novos casos a mais e 18,3% de aumento no número de internações. Nesta terça-feira (02), o estado registrou 468 óbitos pela doença em 24 horas, um recorde diário histórico.
Na última sexta-feira (27), a capital paulista bateu o recorde negativo de ocupação de leitos nos hospitais privados. Albert Einstein e Emílio Ribas chegaram a 100% da ocupação de leitos de UTI, Beneficência Portuguesa chegou a 98% e Sírio-Libanês teve 97%.
A projeção feita pela gestão estadual indicou que até o dia 15 março, devido à aceleração do contágio, o sistema de saúde chegará ao esgotamento. Por causa da velocidade de transmissão, profissionais da saúde estão avaliando que uma parte considerável da população não está tomando as precauções necessárias.
Fechamento do estado
O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta terça-feira (2) que o estado entrou na pior semana da pandemia desde o começo da crise sanitária e afirmou ainda que não descarta nenhuma medida contra o avanço do coronavírus. Nesta quarta, todo o estado regrediu para a fase vermelha do Plano São Paulo.
“Entramos na pior semana da Covid-19 da história da pandemia desde 26 de fevereiro. Isso não apenas em São Paulo, os demais estados também, eu tenho falado com governadores de outros estados. Há uma preocupação generalizada”, disse o governador. “Não se descarta nenhuma medida, desde que elas sejam embasadas pela ciência e pela saúde”, afirmou Doria.
Colapso nacional
No Brasil, 18 dos 26 estados estão com mais de 80% de ocupação dos leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) para Covid-19, o que indica início de um colapso generalizado nos sistemas de saúde do país. Em São Paulo, os números de mortes e internações chegaram ao maior nível desde o começo da pandemia.
João Gabbardo, médico do centro de contingência do estado de São Paulo, disse que gestores de saúde do Brasil estão pedindo ao Ministério da Saúde uma ação coletiva do país para combater a doença.
“O país inteiro está colapsando. Todos os estados. Não é mais possível que as medidas fiquem na responsabilidade apenas dos gestores estaduais, dos governadores e dos prefeitos. É impossível que a gente continue o enfrentamento dessa pandemia sem ter uma unificação de conduta”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde defende o fechamento do maior número de atividades, com exceção das essenciais, em todas as regiões que atingirem 85% de ocupação de leitos de UTI, além de promover também um toque de recolher nacional, das 20 às 6 horas.
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