O governo federal lança nesta quarta-feira (20) uma campanha publicitária sobre a vacinação contra a Covid-19 no país. Apesar disso, na terça, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o chamado tratamento precoce, refutado por cientistas, e colocou em dúvida a eficácia da CoronaVac, único imunizante disponível no Brasil até agora [leia mais abaixo].
“Um filme com duração de um minuto e conteúdo em formato de manifesto ressalta as diversidades sociais e geográficas, juntamente com a estrutura de logística usada para a distribuição das vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, informou o Ministério da Saúde, em nota.
Com o lema Brasil imunizado. Somos uma só nação, o filme reúne pessoas representando cada uma das cinco regiões do país. A peça publicitária ressalta, também, “os desafios de realizar a campanha de vacinação em um território com proporções continentais”.
“A estratégia de comunicação é reafirmar o compromisso do Ministério da Saúde de levar a vacina a todo o Brasil”, diz a nota. A campanha conta, ainda, com mais dois filmes, um de 30 segundos e outro de 15 segundos, além de peças para rádio e mídia impressa.
Após a veiculação do filme com o manifesto, de acordo com a definição dos públicos, haverá o início de veiculação de uma segunda fase da campanha com a convocação dos grupos prioritários para a vacinação.
O primeiro grupo, definido pelo Ministério da Saúde, inclui idosos a partir de 60 anos; pessoas com deficiência que vivem em instituições, a partir de 18 anos; trabalhadores da saúde da linha de frente e população indígena vivendo em terras indígenas.
Aplicativo
A campanha ainda incentiva a população a utilizar o aplicativo Conecte SUS (Sistema Único de Saúde) e também orienta os integrantes dos grupos prioritários a procurarem uma unidade de saúde.
Nesta terça-feira, o Ministério da Saúde concluiu a distribuição da vacina contra Covid-19 para todo o Brasil e vários estados já iniciaram a vacinação. De acordo com a pasta, no total, seis milhões de doses do Instituto Butantan, produzidas pelo laboratório Sinovac, estão disponíveis para a imunização de três milhões de pessoas.
Bolsonaro lança dúvidas
Na terça-feira (19), Bolsonaro voltou a colocar em dúvida a eficácia da CoronaVac, única vacina disponível no Brasil até o momento (a de Oxford/AstraZeneca, também aprovada pela Anvisa, ainda não tem data de chegada ao país). Ele ainda defendeu o que chama de ‘tratamento precoce’.
“Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E esta vacina que está aí é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia. Então, está liberada a aplicação no Brasil”, disse Bolsonaro a apoiadores.
Ao autorizar o uso emergencial das vacinas, a diretoria colegiada da Anvisa ressaltou que a decisão foi tomada por não haver “alternativa terapêutica aprovada disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus”.
“No que depender de mim, não será obrigatória. É uma vacina emergencial, 50% de eficácia. É algo que ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais ou não”, afirmou Bolsonaro.
Com informações da Agência Brasil