Mostra fotográfica aborda desenvolvimento do país entre 1820 e 1920
Montagem na FAAP, que reúne 280 trabalhos pertencentes à coleção do Instituto Moreira Salles, é um destaque em si
O processo de urbanização ao longo de 100 anos e a beleza natural do país são os principais motes por trás de Panoramas: a Paisagem Brasileira no Acervo do Instituto Moreira Salles. Em cartaz na Faap a partir deste domingo (1º), a mostra reúne 280 trabalhos pertencentes à coleção do IMS e datados de 1820 a 1920.
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A montagem, sob curadoria de Sergio Burgi, Carlos Martins e Julia Kovensky, é um destaque em si. Foi reconstituída cenograficamente, por exemplo, uma rotunda. Essa construção cilíndrica, bastante popular nas cidades europeias durante a virada do século XVIII para o XIX, possibilita a exibição de imagens em forma de grandes panoramas. Neste caso, aparece ali uma vista do Rio de Janeiro em 1824, com 11 metros de comprimento. Outro espaço apresenta materiais utilizados pelos artistas da época, a exemplo de réplicas de câmaras escuras, pedras litográficas e lentes fotográficas.
Os estrangeiros viajantes marcam o início da seleção. Johann Moritz Rugendas e Carl Friedrich von Martius, ambos alemães, além do inglês Charles Landseer, foram pioneiros ao retratar o país. Suas aquarelas e gravuras, por servirem em primeiro lugar para ilustrar livros, possuíam forte elemento iconográfico, mais com o intuito de documentar do que de proporcionar prazer estético ao espectador.
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Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Olinda, Ouro Preto, Mariana e Santos surgem como os grandes polos do período imperial. Com a virada para a modernidade, a industrialização abre novos caminhos. E essa transição pode ser observada, em particular, nas transformações sofridas pela capital paulista entre as fotografias de Militão Augusto de Azevedo e as de Guilherme Gaensly, quando a cidade começa a ganhar a cara pela qual costuma ser reconhecida até nossos dias.