O enredo é quase sempre o mesmo: borboletas no estômago, falta de ar de tanta emoção, um beijo e logo o “felizes para sempre”. O que funciona para as comédias românticas, porém, não acontece igualzinho na vida real. “Há muita expectativa em torno do amor romântico, é o formato que a cultura aceita”, afirma Renato Noguera. Convidado de Helena Galante para o episódio #77 do podcast Jornada da Calma, o filósofo e pesquisador estuda o amor para ampliar o conhecimento do que há por trás dele em diferentes partes do mundo. “Não podemos universalizar um formato.”
Autor do livro Por Que Amamos, lançado pela Harper Collins, Noguera compartilha o que os mitos e a filosofia têm a dizer sobre o amor. “A equação do querer bem não é nada fácil. Em algumas culturas, tem a ver com seu papel em cada comunidade”, explica. Ele fala sobre poliamor, amor policonjugal, amor platônico e a verdadeira face do amor. “Parece que você tem que ser quase uma divindade pra ser amado. Mas você pode ter fraqueza, isso pode ser uma possibilidade na relação amorosa.” Entre o “felizes para sempre” e os desencontros cotidianos pela louça na pia, por exemplo, Noguera acredita que é possível, sim, amar: “Vamos ter que escalar a montanha, vamos caminhar e ir fazendo coisas juntos”.