Uma matéria exibida na TV Globo durante os anos 1990 viralizou nas redes sociais durante esta semana e fez usuários compararem a televisão de décadas atrás com a atual. A reportagem mostra o jornalista Cesar Tralli, um dos principais nomes da emissora, em um shopping falando sobre uma mulher que criou uma empresa de agenciamento de carreiras voltada para “gente feia”.
A jornalista Lillian Witte Fibe, que apresentava o telejornal, chama a matéria: “Dá pra imaginar gente comum, gordinha, careca, míope, ganhando um bom dinheiro pra fazer comercial de TV? Pois é, isso acontece cada vez mais”. Depois Tralli aparece na praça de alimentação de um shopping. “Ninguém aqui tem rosto para capa de revista ou comercial de televisão. Será mesmo?”.
O jornalista para uma moça que passava pelo local e pergunta: “Tá vendo aquela gordinha ali? Acha que ela tem condições de fazer comercial de TV?”, diz ele, enquanto apontava para uma mulher sentada em uma mesa próxima. “Tá louco, essa gorda aí fazendo um comercial de TV?”.
Então o vídeo corta para Tralli novamente. “Quem achar isso, caiu do cavalo. A baixinha, loirinha, gordinha, 80 quilos e com cara de bolacha, descobriu na própria feiura a fonte de renda. Ela não só fez propaganda de TV, como abriu uma agência que só contrata gente feia”. Na sequência ele entrevista a empresária e atriz Shahar Boyayan, que fala sobre o negócio. Confira o vídeo:
Basta ter auto estima ninguém tem o direito de te dizer como seu corpo deve ser!
Mas a gente cresceu com isso aqui: pic.twitter.com/YuMuBk4eIR— Re Corrêa (@letrapreta) July 21, 2020
A publicação levou a uma discussão sobre a TV brasileira dos anos 90 e às falas ditas na época, impensáveis em um telejornal atual.
Hj eu tô muito otimista, pq eu olho pra isso e penso que seria impensável passar algo assim na TV hoje. Nossa geração, mesmo fodida da cabeca, empurrou muito o mundo pra frente.
— thais fabris (@thatafabris) July 21, 2020
Gente, que bom que estão chocados! Como cresci na época entendo porque era "normal". Imagino que a entrevistada não se incomodou pq ela tava ali se afirmando como "feia" pro padrão da época, defendendo a nova e óbvia despadronização. É como hoje se afirmar bicha, teoria queer…
— logo serei cancelado (@diogobue) July 21, 2020
E os redatores com certeza se acharam os quebradores de paradigmas por proporem essa reportagem. Quantos exemplos desse tipo as empresas descontruidxs de 2020 vão deixar pra serem igualmente assustadores em 2040
— passiva analítica (@passivaanalitic) July 21, 2020
Quem aqui foi adolescente e lia revistas tipo 'Capricho'? Nos era ensinado que só era bonita quem era magra, vivíamos tentando emagrecer e nos achando feias. Detalhe: eu não era gorda, mas por não ser magra como uma modelo sofria horrores!
— Sabrina Cosiuc (@SCosiuc) July 21, 2020
Nossa! Era muito assustador como as "diferenças" eram tratadas. Quando paramos e olhamos o quanto evoluímos no quesito respeito e aceitação, fico mais calmo e com a certeza que estamos no caminho certo, mas Infelizmente ainda existem umas ervas daninhas que nao respeitam isso.
— Gilvan Modesto (@gilvanmodesto) July 21, 2020