A performance de Nuno Ramos e Eduardo Climachauska, apresentada no último dia 3 de outubro, no Sesc Pompeia, não teve exatamente o desempenho esperado. Na obra, dois globos da morte são ligados a prateleiras repletas de objetos. A expectativa? Que o movimento dos motoqueiros nas esferas fizesse vasos, cerâmicas e recipientes com líquidos se espatifarem no chão. A realidade? A trepidação estava mais para um leve sismo do que um terremoto – e a quebradeira foi bem comedida.
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Isso não quer dizer que O Globo da Morte de Tudo deu errado: acontecimentos como esse são esperados de uma performance. “Se fosse tudo ensaiado e saísse exatamente como imaginamos, seria um número circense e não uma performance artística”, conta Nuno Ramos. A segunda edição da apresentação está marcada para a próxima terça (8), às 20h, no mesmo local. “Não é uma correção”, explica Ramos. “É mais uma farra para vermos no que vai dar”, diz.
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Quando foi apresentada pela primeira vez, há quatro anos, no Rio de Janeiro, quase nenhum objeto ficou intacto: “Tivemos que usar apitos para que os motoqueiros parassem de girar”, lembra Eduardo Climachauska. No evento do Sesc Pompeia, um dos motoqueiros – que só podia fazer giros num sentido – se sentiu enjoado e caiu. Em happenings como esse, a ideia é incorporar qualquer evento inesperado. “Agora vamos pedir que eles façam pausas”, conta o artista. “E o que será, será”, brinca.