Com filmes clássicos, séries de TV badaladas e conteúdos originais, a plataforma americana Netflix chegou ao Brasil há sete anos e logo se tornou a principal referência do setor de streaming em território nacional. Estima-se que hoje a companhia reúna cerca de 6 milhões de assinantes no país, tendo dobrado de tamanho por aqui em 2016. O sucesso do gigante acabou inspirando o surgimento de negócios locais de perfil semelhante, ainda que em menor escala.
Nesse grupo, nenhum tem se destacado tanto quanto a paulistana Looke. Criada em 2015, ela já soma cerca de 180 000 assinantes, com uma taxa média de 20% de crescimento ao mês. No ano passado, reproduziu pelo menos 1 milhão de vezes seus 13 700 vídeos, entre longas-metragens, curtas, animações e episódios de séries.
Ao contrário do que ocorre na Netflix, é possível utilizá-la de diferentes maneiras. A principal é a clássica assinatura mensal, que custa 16,90 reais e oferece acesso ilimitado a 6 000 filmes, cerca de metade do conteúdo total. Produções mais recentes, que acabaram de deixar os cinemas, são cobradas à parte. Nesse grupo estão filmes como Bingo – O Rei das Manhãs e Mulher Maravilha. Ambos eram exibidos nas telonas até novembro e estão disponíveis na plataforma por 9,99 reais.
Além da assinatura, é possível cadastrar-se na Looke para alugar, ou até comprar definitivamente, seus títulos, pagando exclusivamente por eles. Esse é o formato adotado por 60% dos usuários da plataforma. Outra vantagem do site brasileiro é a grande quantidade de produções nacionais, cerca de 17% do catálogo — na Netflix, esse índice gira em torno de 2%. Há ainda a disponibilidade de conteúdos inéditos no Brasil, como a minissérie australiana The Secret River e a nona temporada de Doctor Who, da BBC.
Instalado em um escritório no bairro de Moema, onde trabalham 22 pessoas, o negócio foi criado pelas empresárias Renata Vicente e Célia Queiroz, essa última proprietária de uma locadora de vídeos por mais de dez anos. A meta das sócias é levar a plataforma a outros locais da América Latina, mas sem a pretensão de concorrer com a Netflix, hoje presente em 190 países. “É impossível competir, queremos andar ao lado e aumentar a oferta disponível ao público”, diz Célia.