Assim que foram tocados os últimos acordes da versão paulistana do Lollapalooza de 2014, as 150 000 pessoas que foram ao circuito de Interlagos nos dois dias de apresentações saíram de lá com uma certeza: seria difícil superar um line-up que reuniu New Order, Arcade Fire, Pixies e Johnny Marr. Entre os 48 shows da nova edição do evento marcado para os dias 28 e 29 e com ingressos ainda disponíveis, existem lá seus pontos fracos, é verdade, mas os vacilos não ofuscam os acertos.
O guitarrista americano Jack White, ex-White Stripes, é o principal artista e vem em boa fase. A carreira-solo lhe rendeu dois excelentes trabalhos, Blunderbuss (2012) e Lazaretto (2014), que chegaram ao topo das paradas nos Estados Unidos. Pharrell Williams, outra estrela escalada para o autódromo da Zona Sul, também anda na crista da onda. Depois de emplacar sucessos como produtor e colaborar com o Daft Punk, o músico brilhou sozinho com G I R L (2014), do qual surgiu o grudento hit Happy. “Foi difícil: ele foi o último a fechar contrato”, conta Alexandre Faria, diretor artístico da Time for Fun, empresa responsável pelo evento. Ficaram de fora, porém, nomes almejados como Radiohead e The Strokes.
A escolha do autódromo como endereço da superprodução no ano passado corrigiu as falhas das duas montagens anteriores realizadas no Jockey Club e apresentou outros problemas. A irritante interferência sonora entre os palcos desapareceu, mas com a solução vieram as longas distâncias a ser percorridas no circuito, que teve e terá novamente ocupada uma área de 600 000 metros. A canseira deve diminuir, pois a organização retirou os bloqueios da reta que liga os dois palcos principais. Ao todo, 400 toneladas de som, luz e equipamentos estarão instaladas no lugar.
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Outra novidade bem recebida da última vez foi o Chef Stage. O espaço reuniu profissionais reconhecidos da área e serviu cerca de 33 500 refeições. Quem dá o tempero agora são 22 nomes de diferentes escolas gastronômicas, entre eles Rodrigo Oliveira, cozinheiro à frente do Mocotó e do Esquina Mocotó, eleito o chef do ano na última edição de VEJA COMER & BEBER.
Para ninguém ficar com fome (mesmo) durante a maratona, 43 food trucks ficarão espalhados pelo local, dos quais se destacam as três versões de ceviche do La Peruana e a salsicha no espeto do The Dog Haüs. Nomeada LollaMarket, uma tenda com lojas de artesanato, roupas, estúdio de dreads, massagem para os pés e até cartomante receberá os mais alternativos do público (estimado entre 60 000 e 70 000 pessoas por dia).
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Como o trânsito fica intenso na região e a maioria das vagas de estacionamento já foi vendida, o melhor jeito de chegar continua sendo o transporte coletivo: o espaço fica a apenas seis minutos da Estação Autódromo da Linha 9 — Esmeralda da CPTM. Ela estará aberta das 5 horas à 1 hora no sábado e das 5 horas à meia-noite no domingo, sempre duas horas depois dos últimos shows. Uma linha de ônibus especial funcionará das 20 horas à 1 hora nos dois dias, partindo da estação com destino ao Terminal Santo Amaro, que funciona 24 horas. Outra opção oferecida neste ano é o Lolla Transfer. Por 50 reais, dá para contratar o serviço de traslado de ida e volta feito por vans e ônibus que saem a partir das 11 horas do Hotel Sheraton WTC Club (Avenida das Nações Unidas, 12559) e estacionam dentro do autódromo. A volta se encerra à 0h30 no sábado e às 23h30 no domingo.