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João Kléber: “Eu não voltaria a fazer o Teste de Fidelidade”

Em cartaz na cidade, humorista diz que deve voltar à televisão e alfineta Danilo Gentili e Rafinha Bastos: "Eles têm talento, mas carecem de texto"

Por Bruno Machado
Atualizado em 5 dez 2016, 16h23 - Publicado em 21 jan 2013, 17h20
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  • O humorista João Kléber começou sua carreira como humorista no teatro, mas logo foi parar na televisão, com participações em diversas atrações da Rede Globo — incluindo as últimas edições do Cassino do Chacrinha (1988), em que substituiu o apresentador, já doente. Na década seguinte, na RedeTV!, foi o responsável por levar ao ar o Teste de Fidelidade. Misto de pegadinha e reality, o quadro criou inúmeras polêmicas e transformou o apresentador em sinônimo de baixaria.

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    Longe do teatro desde o início de sua carreira, João Kléber busca recuperar suas raízes e desvincular de vez sua imagem da infame atração com um retorno aos palcos. Desde o dia 12 de janeiro, o humorista está em cartaz no Ruth Escobar com Entre a Pizza e o Motel — uma colagem de piadas, imitações, sátiras políticas e sociais que tem no elenco Pedro Bexiga, Marlon Rossy, Mineirinho de Maceió e Renato Rodrigues.

    A seguir, o humorista fala sobre seu espetáculo e a possibilidade de voltar à televisão. “Mas só se for para fazer algo bem diferente do Teste de Fidelidade”, frisa.

    VEJA SÃO PAULO — Por que você voltou a fazer teatro?

    João Kleber — Já fazia muito tempo  que eu não pisava no palco. No Brasil, isso não acontecia desde 2001. Desde que comecei a fazer televisão, ouvi cobranças de voltar ao teatro. Estou resgatando o início da minha carreira.

    VEJA SÃO PAULO — Como é o espetáculo?

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    João Kléber — Quis fugir da fórmula do stand-up, que está tão em voga. Chamei atores que fazem esse tipo de humor, mas adicionei ao show outros gêneros como a imitação, monólogos cômicos, sátira política e social. Também tem luzes e projeções. Daí o título João Kléber entre a Pizza e o Motel, por ser um show de humor abrangente. O texto e a direção são meus.

    VEJA SÃO PAULO — Você não gosta de humor stand-up?

    João Kléber — Não tenho nada contra, só acho que não é meu estilo de trabalho. Admiro muito o trabalho do Danilo Gentili e do Rafinha Bastos, que para mim, são os humoristas mais talentosos do Brasil na atualidade, mas carecem de texto. Quando eu fazia humor, não precisava criar nenhuma polêmica.

    VEJA SÃO PAULO — Tem vontade de voltar à televisão?

    João Kléber — Fiz TV em Portugal, onde morei por oito anos. Também fiz algumas apresentações fechadas para a Record Europa, na Espanha, e também no Japão. Neste momento estou avaliando propostas de duas emissoras. Só não voltaria a fazer o Teste de Fidelidade.

    VEJA SÃO PAULO — Por que não? 

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    João Kléber — O momento da minha vida agora é outro, mas de maneira alguma me arrependo de ter feito o programa. Não estou tentando apagar o meu passado.

    VEJA SÃO PAULO — É verdade que os flagras eram combinados, como chegou a afirmar uma das participantes, a atriz Bruna Ferraz?

    João Kléber — Peço à Bruna Ferraz que prove o que disse. Acho que ela só falou aquilo para se autopromover.

    VEJA SÃO PAULO — O que você pretende fazer ao retornar para a televisão?

    João Kléber — Ainda não sei bem como será o formato do programa. Me agrada a ideia de fazer uma edição semanal ou mesmo mensal, apresentando atrações e criando esquetes de humor. E pensar que o Boni me fez essa proposta, lá na Globo, nos idos de 1991… Ah, se arrependimento matasse!

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