São Paulo vai abrigar a próxima grande exposição de Marina Abramovic. A partir de 10 de março, os trabalhos da artista performática sérvia ocuparão diversos espaços do Sesc Pompeia.
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Na área de exposições, ao lado da biblioteca, serão exibidos vídeos que compõem uma retrospectiva de sua trajetória, incluindo as performances que fez ao lado do ex-companheiro Ulay (nome artístico do alemão Frank Uwe Laysiepen, com quem conviveu por doze anos).
Integram a seleção registros de suas pesquisas com cristais brasileiros, que faz desde sua primeira visita ao país, em 1989. Obras mais recentes, a exemplo de 512 Horas, apresentada na Galeria Serpentine, de Londres, também poderão ser vistas pelos visitantes. Na ação, o público foi convidado a deixar seus pertences do lado de fora da sala e, munidos de fones de ouvido, relacionar-se com o próprio silêncio, por quanto tempo quisesse.
Próximo ao riozinho do Sesc Pompeia, será instalado um espaço destinado à aplicação do Método Marina Abramovic de arte performática. Ali, o público poderá praticar exercícios em camas, em cadeiras gigantes cravejadas de cristais e vivenciar experiências que duram até duas horas. São práticas que exploram o silêncio e o olhar entre os participantes.
Às quartas, no teatro, Marina, cuja chegada ao Brasil está programada para o dia 23 de fevereiro, deve ministrar palestras abertas. Sua presença na mostra, no entanto, não será constante, como ocorreu no MoMA em 2010, em O Artista Está Presente, onde ela permaneceu por 736 horas.
As performances realizadas ao vivo ficarão a cargo de oito artistas brasileiros selecionados pela sérvia e que participarão de uma imersão em um sítio com Marina por cinco dias. Ali, participarão de workshops ministrados pela artista. O baiano Ayrson Heráclito irá apresentar Transmutação da Carne, o curitibano Fernando Ribeiro, O Datilógrafo, e o coletivo goiano Grupo EmpreZa exibe Vesúvio. Marco Paulo Rolla, Maurício Ianês e Rubiane Maia também estão entre os selecionados.
Nascida na antiga Iugoslávia em 1946, Marina mudou-se para a Holanda na década de 1970 e hoje vive em Nova York. Foi pioneira na maneira de usar o corpo como instrumento de trabalho artístico, testando seus limites físicos, mentais e emocionais (incluindo ações dolorosas, de longa duração ou que põem sua vida em risco). Além de atrair mais de 850 000 pessoas ao MoMA, em 2010, entrou para a lista da revista Time figurando entre as 100 pessoas mais influentes de 2014.