A FotoPreta, exposição fotográfica coletiva formada integralmente por fotógrafos negros, ocorrerá na Estação Eucaliptos, linha 5-Lilás do Metrô, com curadoria do coletivo Afrotometria, a partir de quarta-feira (1º). É a segunda edição da mostra independente e reúne o trabalho de dez artistas. No início de agosto, a mostra segue para a estação Brooklin, também na Lilás.
Integrante do coletivo Afrotometria, o fotógrafo Fernando Solidade Soares fala sobre a ocupação de espaços com a produção de profissionais negros. “Há no mercado trabalhos com narrativas de fotógrafos pretos, porém não vemos esses trabalhos ocupando espaços de exposições, ocupando galerias ou disputando narrativas nas produções impressas, em livros e revistas. A gente tem um apagamento social dessa função”, critica.
O coletivo afirma que montou a exposição FotoPreta de maneira autônoma, com recursos dos próprios fotógrafos.
O fotógrafo acredita que a diversidade é necessária para que o Brasil avance no reconhecimento como um país múltiplo e plural. “Sempre que a gente pega o cinema, quando retrata a periferia, os seus criadores não são periféricos. Quando a gente pega grandes produções que tratam da negritude, mesmo que trate de maneira respeitosa, muitas vezes elas não têm, dentro do processo de criação, essa população. Sempre a gente é objeto seja de encanto, seja de marginalização na boca desse outro, e esse outro sempre é o branco”.
Os artistas participantes são Bruno Pompeu, Daisy Serena, Georgia Niara, Fernando Solidade Soares, Hudson Rodrigues, Iná Henrique Dias, Isabela Alves, Nego Junior, Sérgio Fernandes e Tiago Santana.