No início da quarentena, a Vejinha recolheu depoimentos de diferentes profissionais, entre famosos e anônimos, para contar em diários como estavam encarando a pandemia. Eles retornam para falar o que mudou.
“Sempre fui escritor e gostei de trabalhar em casa. Diferentemente da maioria das pessoas durante a pandemia, minha rotina não foi alterada. Para escrever, um autor de novela vive em confinamento. Tenho muita coisa para fazer, estou preparando Verdades Secretas 2 (a primeira versão, que revelava a existência de book rosa em agências de modelos, faturou o prêmio Emmy em 2016).
Não saio de casa, um condomínio superarborizado, onde costumo caminhar. Só vou à rua para algumas atividades essenciais, como uma consulta ou um exame médico. Não recebo amigos, nem faço almoços de fim de semana. Ou seja, não tenho vida social. Também não vejo meus irmãos. Falamos por aplicativo. Hoje mesmo, conversei com um deles (são dois).
Por conta da novela, precisei ir ao Rio de Janeiro para me reunir com a diretora, Amora Mautner. Mas se preciso encontrar alguém, peço que a pessoa faça o teste de Covid antes. Também fui a Portugal em dezembro para cumprir exigência do meu visto de permanência. Tenho um apartamento em Lisboa. Lá, senti que o confinamento é bem mais rígido que no Brasil. Em Portugal, fui uma única vez a um restaurante. Nos outros dias, pedi comida no delivery.
Das coisas que gostava de fazer, parei com as lives e nem sei o porquê. Mas quero voltar com elas. Também pretendo retomar a pintura das minhas telas. De novidade, estou fazendo uma reeducação alimentar. Comecei agora na Clínica Volpe com uma nutricionista e uma endocrinologista. Não comia doces havia dois meses e não estou bebendo álcool de jeito nenhum. Estou numa vida regrada como nunca tive.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 17 de março de 2021, edição nº 2729