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Two Door Cinema Club: “Acima de tudo, amamos música pop”

O vocalista do trio irlandês, que se apresenta em março no Lollapalooza, fala sobre o disco mais recente da banda, 'Beacon', e a sua fase David Bowie

Por Tiago Faria
Atualizado em 1 jun 2017, 17h48 - Publicado em 8 mar 2013, 19h49
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  • Formado na Irlanda do Norte, o trio Two Door Cinema Club tem apenas dois discos – Tourist History, de 2010, e Beacon, de 2012 -, mas parece ter encontrado cedo a fórmula dos hits perfeitos. Músicas do grupo, que se apresenta em março no Lollapalooza, já embalaram mais de vinte anúncios de tevê, além de jogos eletrônicos, filmes e seriados.

    Qual é o segredo? “É que amamos música pop”, resume o vocalista e guitarrista Alex Trimble, 23 anos, em entrevista à VEJASAOPAULO.COM. A trajetória do grupo, no entanto, não soa tão simples assim. Ao lado de Sam Halliday (guitarra) e Kevin Baird (baixo), ele viu sua rotina se transformar por completo após o lançamento do disco de estreia.

    Da garagem de casa, onde ensaiava com os amigos de colégio, aos palcos, Alex se despediu da adolescência aos olhos de milhares de fãs. A experiência inspirou as músicas do disco Beacon, mais sortido e potente que o anterior. A seguir, ele conta sobre essas transformações e a expectativa de mostrar a nova fase da banda ao público brasileiro.

    VEJASAOPAULO.COM: Vocês se apresentaram no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, há dois anos. Tem boas lembranças desses shows?

    ALEX TRIMBLE: Tenho lembranças maravilhosas do Rio. Foi um show tão empolgante, com tanta energia… Um dos melhores shows que fizemos. É muito animador voltar ao Brasil.

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    VEJASAOPAULO.COM: Agora vocês vão tocar pela primeira vez em São Paulo. Vai ser um show muito diferente dos anteriores?

    ALEX TRIMBLE: Sim, passaram-se dois anos e muita coisa mudou nesse período. Os nossos shows ficaram melhores, mais diversificados, temos músicas que consideramos melhores que as anteriores. Estar na estrada nos ensinou muito a tocar, a fazer shows. Isso é o mais importante.

    VEJASAOPAULO.COM: Vocês eram adolescentes quando gravaram o primeiro disco da banda, Tourist History. O novo álbum, Beacon, trata de temas sobre o cotidiano de uma banda de rock, sobre amadurecer na estrada. O que mudou entre os dois discos?

    ALEX TRIMBLE: Tudo mudou. Absolutamente tudo. Não vivemos mais na Irlanda, por exemplo. Eu e o Kevin moramos em Londres, o Sam, na Escócia. Fizemos novos amigos, vivemos relacionamentos diferentes, conhecemos muitos lugares no mundo, ouvimos outras músicas. Crescemos muito. Tudo ficou muito diferente depois do primeiro disco, e nossas experiências na estrada nos influenciaram e aparecem no álbum novo.

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    VEJASAOPAULO.COM: Vocês se sentiram pressionados a lançar um disco que se tornasse mais popular que o anterior?

    ALEX TRIMBLE: Não muito… No primeiro disco, nós gravamos as músicas de que gostávamos e foi só isso. Quando escrevemos, nunca pensamos simplesmente em fazer sucesso. A ideia é gravar canções que nos agradem, e esse foi o objetivo desta vez. É um disco que me deixa muito orgulhoso.

    VEJASAOPAULO.COM: O álbum mais recente foi produzido por Jacknife Lee, que já trabalhou com U2 e R.E.M. O que vocês aprenderam com ele?

    ALEX TRIMBLE: Ele é um sujeito muito agradável, nos demos muito bem. Ele nos estimulou a experimentar, a buscar um som mais variado, a ouvir músicas diferentes…

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    VEJASAOPAULO.COM: Depois de gravar um disco sobre a vida na estrada, vocês saíram em uma nova turnê. A sensação agora é diferente? Vocês se sentem mais confortáveis com essa rotina de famosos?

    ALEX TRIMBLE: Sim, é uma sensação diferente. Nós estávamos tocando as mesmas músicas por um bom tempo, em vários lugares do mundo… Acho que nós aprendemos a saber o que esperar de uma turnê. Hoje conseguimos entender o que acontece na estrada, como lidar com todo esse processo. No início, quando gravamos o primeiro disco, não sabíamos nada sobre isso.

    VEJASAOPAULO.COM: Sente falta de algum aspecto da vida que levava antes da fama?

    ALEX TRIMBLE: Eu adoraria ter mais tempo para ficar em casa. Eu gostaria de ir ao estúdio gravar músicas quando eu bem entendesse, mas nunca tenho tempo, nunca é possível! (risos) Estamos sempre na estrada, então é difícil compor e gravar músicas. Isso me incomoda um pouco. São tantos compromissos… Mas sabemos que, um dia, teremos esse tempo de que eu sinto falta. O momento é de trabalhar duro, aproveitar tudo o que temos, conhecer o mundo. É muito empolgante.

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    Two Door Cinema Club
    Two Door Cinema Club ()

    VEJASAOPAULO.COM: A banda lançou um documentário em quatro partes sobre a turnê do primeiro disco. Por que vocês decidiram registrar ess bastidores?

    ALEX TRIMBLE: Nós pensamos que seria importante mostrar para as pessoas como é a vida de uma banda na estrada, até porque poucos sabem realmente o que acontece durante uma turnê. Então queríamos mostrar não apenas a alegria dos shows como os momentos de melancolia, de tristeza ou de total tédio para que as pessoas consigam entender melhor o que acontece.

    VEJASAOPAULO.COM: Você disse que a banda não escreve músicas para fazer sucesso, mas as canções do Two Door Cinema Club estão em dezenas de anúncios de TV, em videogames, em trilhas de seriado… De onde vem esse apelo?

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    ALEX TRIMBLE: Como eu disse, nós fazemos a música que amamos ouvir. E, acima de tudo, nós amamos música pop. Adoro ouvir Beatles, Beach Boys… E foram bandas extremamente bem sucedidas comercialmente. Acho que as nossas músicas têm pedacinhos de cada uma dessas influências, e talvez por isso elas carreguem esse apelo pop e se tornem muito conhecidas.

    VEJASAOPAULO.COM: A banda remixou músicas de Lady Gaga, do Phoenix e do Strokes, entre outros. Vocês ouvem tudo isso quando não estão em turnê?

    ALEX TRIMBLE: Nós ouvimos tantas coisas diferentes… Meu gosto musical é bem variado. Neste fim de semana, por exemplo, passei o tempo inteiro ouvindo David Bowie. Só David Bowie. Mas o que eu ouço muda muito.

    VEJASAOPAULO.COM: Podemos esperar influências de David Bowie no próximo disco do Two Door Cinema Club, então?

    ALEX TRIMBLE: Talvez (risos). Talvez sim.

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