A vida ganha aromas, cores e texturas ao se adotar atitudes e elementos muito simples no período de isolamento social. Pintar as paredes da sala da casa é uma delas, como recomenda o designer de interiores Michell Lott, especialista que inspira e incentiva a botar a mão na massa. Se a coragem não alcança o rolo de pintura e a tinta, tudo bem. Há outros itens que podem ajudar a manter uma rotina de bem-estar para você e sua família.
Nessa lista de compras, entram os óleos essenciais, de lavanda e olíbano, que é uma resina encontrada em uma árvore de mesmo nome, mais comum no continente africano. Há ainda incensos naturais, arranjos de flores e velas diferentonas. Com as dicas anotadas, não tem desculpa. Agora, é experimentar e tornar seu cantinho mais acolhedor.
Tinta, rolo para pintura e coragem
“Meu quarto já teve quatro ou cinco versões”, tenta contabilizar Michell Lott, de 31 anos. Jornalista de formação, ele começou a fazer experimentos em casa quando trabalhava em uma revista voltada à decoração. Com o tempo, tomou gosto e mudou de ramo, hoje ele atua como designer de interiores e diretor criativo.
Quando o assunto é a pintura de ambientes domésticos, ele fala logo o kit básico: “Tinta, lógico, uma bandeja, um rolo de pintura, lona ou papelão para cobrir o chão e os móveis”. Se os temas são as cores a ser utilizadas, ele envereda por um caminho bem desafiador: “Para acertar, você precisa errar. Às vezes, você escolhe um tom e não gosta do resultado, mas com o tempo muda de ideia. Outras vezes, não, você vai continuar achando ruim e, não tem jeito, vai pintar tudo de novo”.
Se a busca é por quietude, uma dica, Lott indica cores mais claras, não saturadas.
No Instagram: @lottlott
Incensos naturais
“Não adianta, eu tenho rinite, fico espirrando” é um comentário recorrente quando se fala do uso de incensos. Uma solução pode ser então as varetinhas perfumadas que são produzidas de modo natural a partir de ervas secas e madeiras aromáticas.
“Sou adepto da umbanda desde criança, então os incensos sempre estiveram na minha vida. Para quem acredita, esses itens têm atuação na limpeza energética do ambiente”, aponta o empreendedor Leonardo Rodrigues, de 30 anos. Ele é o fundador de um e-commerce desse ramo, a Elemental Incensos, com base no bairro da Saúde. Na sua produção, ele segue a linha mais sustentável, dispensando essências artificiais e outros materiais que podem resultar em fumaças tóxicas.
Instagram: @elementalincensos
Chamas do bem-querer
Um tanto de cera, outro tanto de concreto, eis uma descrição breve das velas do Ateliê ComCon, que tem à frente Carla Fortunato, de 31 anos. “Não é só um item de decoração, elas podem ser boas companheiras em rituais de autocuidado, como uma meditação ou um banho”, argumenta ela, que deixou a carreira de publicitária no começo da pandemia para experimentar entre pavios e chamas.
Instagram: @atelie.comcon
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Flores e suas texturas
Os dias e noites nestes tempos longos e necessários de isolamento social podem ganhar uma cara diferente com algo simples: um vaso de flores. “Elas trazem novas texturas e cores para as casas. Também nos ajudam a pontuar a passagem do tempo com o seu ciclo de vida. As pétalas abrem, mudam de tons, caem”, detalha a paulistana Marina Prado, de 34 anos, uma das sócias da floricultura A Bela do Dia, em Pinheiros.
Para quem quer se sentir mais seguro nestes tempos de instabilidade, ela sugere o arranjo Calma e Esperança (abaixo), com alecrim, lírio e angélica, que sai por R$ 142,00. “Caso você dê as flores de presente a alguém, elas também podem disparar recordações boas, de amizade, paixão”, conclui Marina.
Instagram: @abeladodia
Cheirinho bom
Os óleos essenciais, utilizados na aromaterapia e produzidos a partir de plantas, acredita-se, podem auxiliar no bem-estar. “A lavanda é um ótimo cicatrizante, ajuda no relaxamento da musculatura e também tem qualidade analgésica. O olíbano é ansiolítico e traz uma sensação de amparo”, explica a aromaterapeuta paulista Gabriela Eloy, de 38 anos.
Ela mantém no Instagram um perfil sobre o tema, onde também traz advertências. “Não se deve usá-los diretamente na pele, é preciso diluí-los em outros óleos vegetais, como o de jojoba. Muito menos bebê-los. Também é preciso fazer um teste de sensibilidade para ver se não provocam alergia.”
Instagram: @gabi.aromaterapeuta
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Publicado em VEJA São Paulo de 07 de abril de 2021, edição nº 2732