Vago desde fevereiro do ano passado, o espaço do antigo Cinearte receberá em breve mais uma chance de abrir as portas. Ao lado da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, o novo Cine Marquise será lançado pelo Grupo Tonks após receber reformas e renovações nas duas salas, na bilheteria, nas poltronas e no sistema de projeção.
“Quando visitamos o cinema pela primeira vez, vimos que estava bem cuidado, o que já nos animou”, conta Marcelo Lima, CEO do grupo. “Mas, por mais bem conservado, ainda está com uma estrtura que atende à tecnologia de quinze anos atrás. Queremos trazê-lo para os dias atuais.” Para isso, o novo proprietário promete salas com som imersivo, tela importada perolizada, poltronas de couro no lugar dos assentos de tecido e estrutura para receber eventos de games. “E, se tudo der certo, projeção a laser”, antecipa.
No espaço do antigo café, o grupo planeja uma loja de itens colecionáveis — com o fechamento da loja especializada em produtos geek no mesmo edifício, é mais uma boa notícia para fãs e cinéfilos. Com o cronograma paralisado e sem poder confirmar a data de inauguração devido à pandemia, o projeto terá a ajuda de um financiamento coletivo aberto na plataforma Catarse cuja meta é 500 000 reais. “Também estamos fechando parcerias para baratear os custos. Seria impossível assumir 100% da obra.”
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Após as escadas da entrada, a área onde funcionava a bilheteria passou a abrigar a Cheirin Bão, cafeteria comandada pelo empresário Gerson Morales. “Queríamos criar um espaço de convivência próximo a uma bonbonnière, com possibilidade para atender tanto ao cinema quanto a eventos fora dos horários das salas”, descreve. Pouco depois da inauguração, Morales precisou fechar as portas e trabalhar apenas com delivery para obedecer à fase vermelha. “Abrir negócio em plena pandemia é arriscado, mas vale a pena pela flexibilidade do mercado para negociações.”
Durante quase seis décadas, o local mudou de nome várias vezes, de acordo com os patrocinadores. A Petrobras, que decidiu não renovar o contrato, foi o último. Mesmo com o térreo e o 1º andar do Conjunto cada vez mais ociosos desde o início da pandemia, eles acreditam que o lançamento atrairá movimento ao local. “O próprio cinema vai poder ajudar a livraria, e vice-versa”, aposta Lima. “Na retomada, acredito que voltará a ser um lugar bem frequentado”, sonha Morales.
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Publicado em VEJA São Paulo de 24 de março de 2021, edição nº 2730