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Cineasta Eduardo Coutinho é morto a facadas pelo filho

O crime ocorreu neste domingo (2), no apartamento da família na Lagoa, zona sul do Rio de Janeiro; Daniel Coutinho, de 41 anos, sofreria de esquizofrenia

Por Redação VEJASAOPAULO.COM
Atualizado em 5 dez 2016, 15h17 - Publicado em 2 fev 2014, 16h52
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  • O cineasta Eduardo Coutinho, de 80 anos, foi morto neste domingo (2), em seu apartamento na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro. A polícia não tem dúvidas quanto à autoria do crime: o filho do documentarista, Daniel Coutinho, de 41 anos, assassinou o pai a facadas. Ele ainda feriu a mãe, Maria das Dores Coutinho, de 62 anos, que recebeu cinco facadas (duas na mama e três no abdome), antes de tentar se matar. Acredita-se que Daniel sofre de esquizofrenia e teve um surto na manhã de domingo, por volta das 11h50, quando o Corpo de Bombeiros recebeu o chamado.

    O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civíl. “O que aconteceu nesta manhã é a expressão genuína da palavra tragédia”, disse o delegado Rivaldo Barbosa durante uma coletiva de imprensa no Rio. A mulher do cineasta foi atendida no Hospital Miguel Couto, na Gávea, onde também está internado o filho, já sob custódia da polícia. Assim que receber alta, ele deverá ser indiciado por homicídio doloso e preso. Até o momento, não há boletins sobre os respectivos estados de saúde.

    O velório acontece neste momento no Cemitério São João Batista, em Botafogo. O enterro será realizado no mesmo local, às 16 horas desta segunda-feira (3). 

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    Eduardo de Oliveira Coutinho nasceu em São Paulo em 11 de maio de 1933. Ele ingressou na faculdade de Direito, mas não concluiu o curso.Trabalhou como revisor na revista Visão (1954-57) e dirigiu, no teatro, uma montagem da peça infantil Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado. Estudou direção e montagem na França, onde realizou seus primeiros documentários. De volta ao Brasil em 1960, teve contato com o grupo do Cinema Novo e integrou-se ao Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (CPC da UNE). No núcleo dirigido por Chico de Assis, trabalhou na montagem da peça Mutirão em Nosso Sol, apresentada no I Congresso dos Trabalhadores Agrícolas que aconteceu em Belo Horizonte, em 1962. Foi gerente de produção do primeiro filme produzido pelo CPC, o longa-metragem de episódios Cinco Vezes Favela, de 1962.

    Após o sucesso de Cabra Marcado para Morrer, que ficou pronto em 1984, Coutinho afastou-se do Globo Repórter e passou alguns anos trabalhando com documentários em vídeo para o Centro de Criação da Imagem Popular. São dessa época projetos como Santa Marta (1987), e Boca de Lixo (1993). Desde então, dirigiu alguns dos mais importantes documentários brasileiros, entre eles, Santo Forte (1999), Edifício Master (2002) e Peões (2004). Seu filme mais recente é As Canções, de 2011.

    Eduardo Coutinho foi premiado com o troféu Kikito, no 35º Festival de Gramado de Cinema Brasileiro e Latino, em 2007.

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