A Liga das Escolas de Samba de São Paulo anunciou na nesta terça (18) mudanças no corpo de jurados responsável por avaliar o desempenho das agremiações durante o desfile do Sambódromo de São Paulo. A principal novidade será a redução do número de componentes e a mudança de quase metade dos nomes escalados em 2013. Ao todo, serão quatro julgadores para cada quesito. O presidente da entidade, Paulo Sérgio Ferreira, afirmou que decisão foi tomada para que as escolas não sejam julgadas duas vezes no mesmo item ou penalizadas duplamente.
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Ao todo, são 54 jurados, sendo 40% do quadro composto por novos membros. Desde outubro, eles passam por um treinamento de capacitação que custou cerca de 600 000 reais, 30% da verba que a Liga destina à infraestrutura do Carnaval. Segundo Ferreira, a medida serve para para diminuir erros nas notas. Na segunda (24), os jurados participarão de um curso intensivo onde 36 componentes serão escolhidos para julgar os desfiles.
Em 2012, um representante da Império da Casa Verde invadiu o local onde eram lidas as notas das escolas, no Sambódromo do Anhembi, e rasgou os envelopes antes da divulgação dos pontos do último quesito.
Orçamento
Durante entrevista à imprensa no Anhembi, o vice-presidente e diretor de eventos da SPTuris, Ítalo Cardoso, afirmou que o Sambódromo deverá receber mais de 100 000 foliões e que 75% dos ingressos das arquibancadas já foram vendidos. Segundo Cardoso, cada escola do Grupo Especial investiu aproximadamente 2,5 milhões para o desfile de 2014 e o evento, junto com as festas promovidas nas ruas, custaram 35 milhões aos cofres da administração.
A Polícia Militar fará o monitoramento durante os desfiles no Anhembi. Além de garantir a segurança dos foliões, a intenção é impedir o uso de sinalizadores ou fogos de artifício. Em 2013, foram registrados por lá nove boletins de ocorrência.
Assim como o ano passado, as torcidas não poderão acompanhar a apuração das notas no Anhembi. “É possível que um dia as torcidas voltem. Mas ainda não é a hora”, afirma Ferreira. Segundo o presidente da Liga, o ideal é que as escolas abram as portas das quadras para as comemorações.
Bloquinhos
Além dos desfiles, 7% dos 14 000 turistas que chegam à cidade durante o Carnaval frequentam os bloquinhos de rua. Grande aposta deste ano, a iniciativa da formalização dos blocos começou a ser discutida no meio do ano passado. “O prefeito criou um grupo de trabalho com várias secretarias para ajudar a traçar o perfil dos Carnaval de rua na cidade. A partir daí veio o decreto no começo deste ano”, afirma Cardoso.
Mais de 200 blocos serão acompanhados pela CET, terão estrutura de ambulância, policiamento e banheiro, desde que estejam cadastrados no portal criado pela prefeitura.
“A intenção não é que as pessoas atravessem a cidade para curtir o Carnaval, mas sim que as festas ocorram também em bairros afastados do centro. Essa será a nossa Virada do Samba”, disse o diretor da SPTuris em alusão à Virada Cultural.
A Guarda Civil Metropolitana terá um efetivo de 1 400 homens acompanhado os bloquinhos, que a prefeitura espera receberem 40 000 foliões este ano – o dobro do ano passado.
Fábrica do samba
A Fábrica do Samba, projeto que ocupa um espaço na Barra Funda e abrigará as 14 escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo, será inaugurado ainda no primeiro semestre de 2014, segundo Ítalo Cardoso. O primeiro pavilhão deverá ser ocupado pelas cinco melhores classificadas do Carnaval deste ano e até o fim da gestão do prefeito Fernando Haddad, outros dois devem ser entregues.
No local, que começou a ser construída em 2011, ainda na gestão de Gilberto Kassab, a intenção é que as escolas instalem seus barracões e montem suas fantasias e carros alegóricos para o Carnaval 2015. Além de permitir um local adequado para a construção dos desfiles, a ideia é facilitar o transporte dos carros alegóricos para o Anhembi, evitando a necessidade de grandes deslocamentos e interdições de trânsito.