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Bienal chega à 33ª edição com “ilhas” e um time de sete artistas-curadores

Confira as principais atrações e uma linha do tempo do evento de arte

Por Tatiane de Assis Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2020, 15h58 - Publicado em 6 set 2018, 13h14
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  • Orçada em 26 milhões de reais e com previsão de receber 1 mi lhão de pessoas durante três meses, a 33ª Bienal de São Paulo será aberta nesta sexta (7), feriado da Independência, com o conceito de um arquipélago. Das dezenove ilhas, doze funcionam como mostras individuais, escolhidas pelo curador- chefe, o espanhol Gabriel Pérez-Barreiro. As demais são exposições coletivas construídas por sete artistas, que ocupam o papel de curadores-assistentes do evento.

    Em defesa de uma pluralidade, não há tema, somente um título: Afinidades Afetivas. Trata-se de uma combinação entre o nome do romance Afinidades Eletivas (1809), do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, e o da tese de doutorado “Da natureza afetiva da forma na obra de arte” (1949), do crítico brasileiro Mário Pedrosa. “Os visitantes terão de construir seu significado”, afirma Pérez-Barreiro. A expografia é assinada pelo arquiteto Alvaro Razuk. Nas próximas páginas, confira detalhes das exposições e uma linha do tempo.

    Tunga. Esculturas do pernambucano, morto em 2016, como a obra da série From “Va Voie Humide” (2014), integram a mostra de Sofia Borges. A paulista guiou-se por alquimia e mitologia em sua curadoria.

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    (Alexandre Battibugli/Veja SP)

    Cogumelos colaborativos. No térreo do pavilhão está a exposição do espanhol Antonio Ballester Moreno, que conta com cerca de 2 000 obras de barro cozido produzidas por estudantes e funcionários da Fundação Bienal.

    Para reinventar Andy Warhol. A americana Elaine Sturtevant, morta em 2014, reinterpreta as serigrafias com vacas do pai da pop art. A obra colorida é parte do núcleo do uruguaio Alejandro Cesarco.

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    (Alexandre Battibugli/Veja SP)

    Efeito paralelo. O circuito cultural se aquece com a realização da Bienal. Em agosto, mais de trinta exposições em galerias e instituições culturais foram abertas. Até sexta (7), mais dez serão inauguradas. Em uma conta rápida, nasce em média uma mostra por dia em SP.

    Pedras no pavilhão. Nesta edição, o prédio é ocupado de forma diferente. Portal Solar 5.12 (2018), de Alessandra Meili, Rebecca Sharp & Sofia Borges, por exemplo, está perto das rampas. Há espaços vazios também, que servem para refletir sobre as mostras.

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    (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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    Seleção sueca. No núcleo da curadora sueca Mamma Andersson, autora de Dog Days (acima; 2011), há obras de mais de dez artistas, entre eles seus conterrâneos Ernst Josephson (1851-1906) e Bruno Knutman (1930-2017).

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    (Alexandre Battibugli/Veja SP)

    LINHA DO TEMPO

    Alguns momentos marcantes da Bienal de Artes de São Paulo, criada há quase setenta anos em um prédio na Avenida Paulista e considerada uma das mais importantes do mundo

    1951. A mais importante mostra do país nasceu em 1951. Foi organizada pelo Museu de Arte Moderna (MAM), que era presidido pelo industrial Ciccillo Matarazzo (1898- 1977). Os arquitetos Luís Saia (1911-1975) e Eduardo Kneese de Mello (1906-1994) foram responsáveis pelo prédio (à dir.), na Avenida Paulista, que recebeu 1 854 obras, de 21 países, como França e Alemanha. Entre os artistas brasileiros estavam Di Cavalcanti e Maria Martins.

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    Primeira edição da Bienal São Paulo
    (Acervo Histórico Wanda Svevo/Veja SP)

    1953. Em sua segunda edição, a Bienal trocou a Paulista pelo Parque Ibirapuera, onde ocupou dois prédios. A sensação da mostra foi Guernica (1937), de Pablo Picasso. Até Juscelino Kubitschek (o segundo, da dir. para a esq.) quis admirá-la.

    Juscelino Kubitschek, governador de Minas Gerais, e Cicillo Matarazzo, da esquer.jpg
    (Acervo Histórico Wanda Svevo/Veja SP)

    1961. Ao completar seis edições, a exposição apresentou 4 990 obras, o maior número visto em sua história. Na seleção estavam esculturas da série Bichos, de Lygia Clark (1920- 1988), e pinturas do alemão Kurt Schwitters (1887-1948), que participou do dadaísmo.

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    1975. Nesse ano, a Bienal exibiu TV Garden (1974), do sul-coreano Nam June Paik (1932-2006), em que monitores de vídeo e plantas apareceram juntos. Siron Franco, que volta para a atual edição, esteve presente com a série Fábulas de Horror.

    1981. A mostra passou a ser organizada por um curador-geral, o que se mantém até hoje. O historiador Walter Zanini, que dirigiu o MAC-USP por quinze anos, foi o primeiro a ocupar o posto.

    1996. A 23ª edição contou com 75 países, o maior número já visto no evento. Na mostra estavam gravuras do espanhol Francisco de Goya e pinturas do americano Jean-Michel Basquiat.

    2008. Em meio a crises, de formato e econômica, a Bienal foi surpreendida por pichadores que deixaram suas marcas no prédio. Nessa edição, o 2º andar estava vazio e o tema era Em Vivo Contato.

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    PichaÁ¿o na Bienal
    (Tiago Queiroz/Veja SP)

    2010. Entre as 850 obras da exposição, duas tiveram maior repercussão. Uma foi Inimigos (abaixo; 2005), série em que o pernambucano Gil Vicente se autorretrata matando figuras, como George W. Bush. Na segunda, Bandeira Branca, o paulistano Nuno Ramos colocou três urubus no vão do prédio.

    _Bandeira Branca_, obra de Nuno Ramos que integra a 29ª Bienal de Artes de São P.jpg
    (Eduardo Knapp/Veja SP)
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