Apaixonados por arquitetura, arte e pela cidade, o bancário Bruno Lima, 36, e o designer Erick Paulino, 39, tinham o desejo de criar uma marca sobre São Paulo.
Erick já havia comprado uma impressora 3D durante a pandemia e descobriu que os modelos feitos nas máquinas poderiam ser transformados em peças de prata por um fundidor. Daí surgiu a ideia de criar a loja de joias Copan (@usocopan) em setembro do ano passado. “A gente já estudava sobre arquitetura paulistana e moda e não achamos nenhuma representação com acessórios no mercado”, explica Erick.
O ícone paulistano escolhido para representar a marca foi o próprio Edifício Copan, na República. “Ele é grandioso e reúne diversas tribos da cidade”, conta Bruno, sobre o interesse pela obra de Oscar Niemeyer. Os dois entraram em contato com moradores do prédio em busca de referências para futuras criações e encontraram o estilista Walério Araújo, outro amante do imóvel.
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Os três tiveram a ideia de produzir uma joia com as pastilhas de porcelana dos quebra-sóis que caem da fachada do edifício e acabam parando no lixo. Walério desenhou os Brincos Pastilhas Copan WA (349 reais) com molde impresso em 3D. As pastilhas são recolhidas, recuperadas e anexadas aos brincos. “Moradores relatam que as pastilhas sempre caem quando chove. Pegamos até com concreto junto”, diz Erick.
Os itens mais vendidos são os brincos que representam o famoso piso paulista, criado pela artista plástica Mirthes Bernardes, que morreu em 2020. A joia de prata custa 189 reais e a versão de plástico biodegradável PLA, 49 reais a peça-padrão, ou 69 reais os brincos duplos para os dois furos de cada orelha.
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A primeira peça criada, no entanto, foi a pulseira com o pingente do Pátio do Colégio (189 reais a versão de prata e 69 a de plástico PLA), no centro. O casal pensou em fazer uma homenagem ao edifício histórico, mas, ao conversar com o padre Carlos Alberto Contieri e decobrir que a instituição precisava de ajuda financeira, decidiu criar uma parceria para arrecadar fundos. Metade dos ganhos com a pulseira é destinada à preservação do pátio, que passou a vender o acessório.
Um dos itens preferidos dos criadores são os Brincos Pompeia (319 reais), que imitam as janelas irregulares do Sesc Pompeia. “Diz a lenda que a arquiteta Lina Bo Bardi projetou assim para que ninguém colocasse vidros no futuro”, sugere o designer.
Há ainda outras peças de revenda que foram inspiradas em pontos importantes da cidade, como o brinco único do Memorial da América Latina (79 reais) e as abóbadas da Igreja da Consolação no formato de pulseira (189 reais) ou par de brincos (219 reais).
Todas as peças estão disponíveis no site www.copanjoias.com.br e na Loja da Cidade, no Farol Santander.
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Publicado em VEJA São Paulo de 30 de junho de 2021, edição nº 2744