Entre os últimos dias 12 e 13, a reportagem de VEJA SÃO PAULO visitou cinco redes de farmácias da cidade, sem se identificar, para pesquisar o preço de 21 itens do setor. Comparamos valores de medicamentos, como analgésicos e anticoncepcionais, e de produtos de perfumaria e primeiro-socorros, caso do algodão e do esparadrapo. A maioria deles não apresentou diferenças muito expressivas, pois os varejistas são obrigados a trabalhar com o PMC (Preço Máximo ao Consumidor) na hora de definir os valores dos medicamentos vigentes em suas lojas.
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Em São Paulo, por exemplo, pagam-se no máximo 6,93 reais por 30 mililitros de Neosoro, o remédio mais consumido pelos brasileiros segundo a IMS Health do Brasil. Algumas das maiores redes de drogarias da capital utilizam esse índice como base, e, a partir dele, oferecem descontos. Em outras palavras, cobram o maior valor possível e diminuem conforme o relacionamento com o cliente.
Em geral, os valores dos itens variam dentro da mesma rede conforme a unidade. Para escolher os locais visitados, perguntamos a cada companhia qual endereço é o principal daquela bandeira. Nos casos em que a assessoria de imprensa não foi localizada ou não cedeu a informação, a escolha foi aleatória.
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Confira as tabelas de comparação de preço:
Para o teste, porém, foram orçados os valores cheios, aqueles sem nenhum tipo de desconto. Dentro deste critério, a DrogaVerde, uma marca paulistana com 59 endereços na capital — todos próprios –, teve onze itens mais baratos entre os 21 orçados e sagrou-se campeã. A rede nasceu em 1967, no Bom Retiro, pelas mãos de Alvaro Gomes Junior. Quase cinquenta anos depois, permanece com o dono único. De acordo com o vice-presidente comercial, Paulo Fernando Ramalho Pereira, o crescimento da empresa aconteceu apenas a partir dos anos 2000. “A abertura de novos pontos aumentou em 2005 e, em 2012, chegamos a inaugurar dez lojas”, explica.
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A justificativa para preços até 158% mais baratos (porcentagem atingida pelo pantoprazol, do laboratório Medley) em relação às outras quatro redes, está ligada à política comercial do negócio. “Temos uma relação com os fornecedores que facilita as operações comerciais, e, em alguns produtos com alto valor agregado, buscamos diminuir ao mínimo a margem de rentabilidade para poder repassar os descontos para os consumidores.”, justifica.
Nas redes Droga Raia e Drogasil, 92% das vendas são feitas para o público que possuí o cartão fidelidade das lojas — com ele é possível pagar até 60% mais barato. Já na Farmais, marca do Grupo Brasil Pharma que possui 111 franquias na capital, o sistema de descontos se mostra diferente para cada loja. A visitada por VEJA SÃO PAULO, na Rua do Oratório, 1312, não pratica medidas formais. A diminuição nos preços acontece direto no balcão, em negociação com o atendente. Segundo o gerente da unidade, Patrício José Gonçalves, alguns genéricos podem ser vendidos por até 50% menos.
Pela concorrência acirrada, as diferenças de valores foram poucas, porém ficou em último lugar a Farmais, que apresentou o maior número de itens mais caros no levantamento. Em nota, a rede explica que “os preços variam conforme o período pesquisado, localização e diversos fatores de mercado. Através do site da empresa é possível localizar as lojas por CEP e fazer consulta de preços pelo telefone das mais próximas aos consumidores interessados.”
Confira os endereços visitados:
– Droga Raia. Avenida Angélica, 1062, Consolação
– Drogaria São Paulo. Rua João Cachoeira, 90, Itaim Bibi
– Drogasil. Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 892, Pinheiros
– Drogaverde. Rua Canário, 717, Moema
– Farmais. Rua do Oratório, 1312, Mooca