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Gallerist é o novo e-commerce e blog do mundo fashion

Irmãs criam misto de loja on-line e blog de moda que permite comprar (e trocar) looks inteiros em apenas alguns cliques

Por Mariana Barros
Atualizado em 5 dez 2016, 16h44 - Publicado em 19 out 2012, 12h41
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  • Quando crianças, a brincadeira preferida das irmãs Carolina, 27 anos, Fernanda, 26, Mariana, 23, e Amanda Cassou, 20, era desfilar pela casa vestidas com as roupas da mãe. “Usávamos blusas, sapatos e colares, que para nós ficavam enormes, e estava criada a passarela”, conta a caçula Amanda. Hoje, depois de mais de uma década, o gosto das meninas por moda deixou de ser apenas diversão para virar um negócio que deve render R$ 2,4 milhões neste ano.

    Desde dezembro de 2011, elas mantêm o site Gallerist Blog & Shop, mistura de blog de moda e loja virtual. Enquanto o diário on-line apresenta as tendências da estação, dá sugestões de looks e ensina a usar aquelas peças mais difíceis de combinar, o e-commerce oferece às leitoras a chance de adquirir o visual todo ou parte dele com apenas alguns cliques. “Há sites que vendem roupas e há blogs sobre moda. Nosso desafio foi unir as duas coisas”, afirma Carolina Cassou, que acaba de sair da empresa de logística em que trabalhava para se dedicar integralmente ao site. “A coisa ficou séria”, diz.

    A empreitada das meninas começou quando Mariana, formada em publicidade, retornou de uma temporada de estudos sobre moda em Nova York. Amanda, estudante de economia, buscava um desafio na área e se animou com a ideia de ter o próprio negócio. Carolina, publicitária e administradora, e Fernanda, arquiteta, também se interessaram. O empurrãozinho veio dos pais, donos de uma empresa de construção civil em Curitiba, onde elas viviam até virem para São Paulo estudar e tentar fazer o Gallerist decolar (Fernanda é a única que permanece na capital paranaense).

    Com um empréstimo de R$ 1 milhão em mãos, elas contrataram uma consultoria especializada em comércio on-line e quatro funcionários, instalados em um escritório de 30 metros quadrados no Itaim Bibi. Passado quase um ano, já se preparam para mais duas contratações e um novo ambiente de trabalho, de 130 metros quadrados, no mesmo bairro. Suas viagens pelo país em busca de novos talentos permitiram reunir no site designers de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Florianópolis, Fortaleza e Curitiba, além de São Paulo. Grifes internacionais também estão na mira, mas ainda não há nada fechado. Atualmente, o Gallerist reúne mais de cinquenta marcas nacionais, entre novas, como FM Pantalons e Lia Souza, e outras já bem consolidadas no mercado, como Schutz e Pedro Lourenço. Algumas desenvolvem peças exclusivas para o site, seguindo os pitacos das irmãs durante a criação. “Aproveitamos o conhecimento e o padrão de qualidade dessas empresas e de quebra oferecemos itens exclusivos às clientes”, explica Mariana.

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    A convite do Gallerist, blogueiras de moda montam looks da estação com as opções à venda no site

    De acordo com o e-bit, especialista em comércio eletrônico, moda e acessórios correspondem a 11% do total das vendas on-line brasileiras do primeiro semestre deste ano, ocupando assim o terceiro lugar do ranking, que teve eletrodomésticos em primeiro (13,2%) e itens de saúde e beleza em segundo (12,8%). Em 2011, o segmento havia fechado o ano em quinto lugar, com 7% dos pedidos.

    É verdade que o negócio encontra algumas limitações. Quem compra roupa pela internet não consegue passar aqueles longos minutos dentro do provador pondo e tirando peças e observando-se sob todos os ângulos possíveis (maridos e namorados que esperam do lado de fora que o digam). “Sabemos que no Brasil não existe padronagem de tamanho, cada marca faz de um jeito, então temos de ser flexíveis”, afirma Mariana.

    Para driblar a dificuldade, o Gallerist informa centimetragens de quadril, cintura, busto, comprimento e largura das peças. Ainda assim, se não fica bom, é possível trocar o item. “Uma vez comprei numa quarta-feira um vestido para usar no fim de semana. Como ficou grande, troquei por outro, que foi entregue na sexta, e pude me vestir como tinha imaginado”, conta a estudante de administração Renata Goldstein, 21 anos, que todos os meses faz alguma comprinha no Gallerist. “Nas lojas, eu me sinto limitada ao que está nas araras. Só descubro marcas novas com sorte e paciência de rodar por aí.”

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    Com 240 pedidos por mês ao valor médio de R$ 580,00 (faturamento de cerca de R$ 140.000) e 400.000 acessos mensais ao site, as garotas garantem que os desentendimentos entre elas são raros e nunca duram muito. “Não há briga que resista a um almoço de domingo”, garante Amanda. Pelo jeito, nem ao sucesso em família.

     

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