Entre os bairros mais tradicionalistas da cidade, o Tatuapé torceu o nariz para a abertura do restaurante contemporâneo Rios, em abril do ano passado. “Mas contemporâneo de quê?”, chegou a ouvir o chef Rodrigo Aguiar.
Com o suporte da mãe, Jane, e do irmão, Vinicius, o rapaz de 28 anos, que trocou a carreira na administração pela gastronomia, não desistiu de provar seu ponto de vista.
Formado pela Universidade Anhembi Morumbi e com passagens pelo hotel Botanique, em Campos do Jordão, pelo Attimo, na Vila Nova Conceição, e pelo Bona, em Pinheiros, insistiu na construção de uma cozinha de autor.
Em suas mãos, uma simples porção de coxinha, por exemplo, se transforma. A fritura chega à mesa defumada, dentro de um cesto chinês de cozimento no vapor repleto de fumaça de madeira amburana.
Ele equilibra ousadia e refinamento de sabores também num risoto de queijo tulha e purê de figo. A finalização é com uma tela de massa à base de café — a mesma usada numa sobremesa, o tiramisu. Depois das invenções de Aguiar, a Zona Leste nunca mais será a mesma.