Água, malte e lúpulo. E também manga, caju, maracujá, amora, mirtilo… Com o boom das cervejarias artesanais no último ano, a cidade virou território livre para a criatividade dos profissionais desse ramo. Mais que a produção de variados estilos, como a amarga IPA ou a azedinha sour, chama atenção a adição de frutas à fórmula.
“A sazonalidade do ingrediente permite que a gente explore novas receitas”, diz Daniel Bekeierman, que, ao lado de Beto Tempel, comanda a Trilha, pequena fábrica aberta em agosto em Perdizes que já se tornou uma expoente dessa onda.
Quase metade das doze bebidas elaboradas e vendidas ali leva frutas frescas na composição, caso da Mamangava, wild sour com maracujá, bem ácida, e, mais recentemente, de uma APA de abacaxi (22 reais cada uma).
Outra empresa da capital, a Avós escolheu fixar-se na Vila Ipojuca, na Zona Oeste. Do seu portfólio saem pedidas como a Véia Lática (16 reais), uma sour lager com adição de amora e mirtilo, feita em colaboração com a cervejaria Synergy. Na Dogma, baseada no centro, as vinte torneiras são ocupadas, em parte, por lupuladas produzidas lá mesmo, entre elas a Branca de Brett (36 reais), acrescida de manga. “É um mercado em crescimento”, entende Leonardo Satt, um dos sócios da marca.
Frutas também entram na receita de chopes da Goose Island Brewhouse, premiada como o melhor brewpub pela edição VEJA COMER & BEBER. A mais recente delas, batizada de Luz (24 reais), é uma berliner weisse com kiwi e gengibre. “O grande barato é a experimentação”, garante Bekeierman.
Casa Avós. Rua Croata, 679, Vila Ipojuca, ☎ 3672-4282.
Dogma. Rua Fortunato, 236, Santa Cecília. Não tem telefone.
Goose Island Brewhouse. Rua Baltazar Carrasco, 187, Pinheiros, ☎ 2886-9858, Faria Lima.
Trilha Cervejaria. Rua Apinajés, 137, Perdizes, ☎ 4329-0193.