O chef Rodrigo Oliveira, anfitrião do restaurante Mocotó, causou um rebuliço em suas redes sociais na tarde deste domingo (19). Ele compartilhou o comentário de uma nova cliente do estabelecimento que se dizia decepcionada pela localização “tão perigosa e precária” do lugar.
O endereço de culinária nordestina é um ponto tradicional na Vila Medeiros, bairro em um dos extremos da Zona Norte, não muito longe de Guarulhos. Costuma atrair gente de todos os cantos da cidade — e até do exterior — para apreciar receitas como os dadinhos de tapioca, invenção do próprio chef que foi copiada capital afora, e o baião de dois. Oliveira ainda é responsável pelo Balaio IMS, no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, e pelo Caboco, em Los Angeles.
A mulher que fez a crítica, identificada como Sandra, não tinha foto no perfil e teve o sobrenome ocultado pelo chef. A mensagem foi exibida na íntegra. Diz que “resolvemos ir até seu restaurante qual foi nossa surpresa e decepção em[SIC] localização tão perigosa e precária que vocês se localizam” e que o grupo de dezesseis pessoas ficou com “muito medo do local”. “Nunca imaginaria que você tão famoso ficaria num bairro assim”. A reclamante afirma morar no Tatuapé, bairro da Zona Leste, e torcer para Oliveira “abrir um restaurante aqui neste bairro maravilhoso”.
O chef respondeu em postagem aos seguidores, mas direcionada a Sandra, que “justamente por existir gente que ainda pensa como você que continuamos morando e empreendendo na Vila Medeiros”. “Assim, quem sabe, um dia nosso bairro vai estar (ainda mais!) cheio de negócios de sucesso e de oportunidades pras pessoas que vivem aqui.” O post de Oliveira vinha acompanhado da música “I Love Quebrada”, de Emicida, rapper que também cresceu na Zona Norte.
“Fiquei incrédulo, quase achando graça daquele texto”, disse o chef à Vejinha sobre a primeira reação ao ler a mensagem. “Mas quando decidi responder publicamente, aí fiquei muito mal. Ano que vem já serão trinta anos meus no Mocotó e cinquenta de restaurante, não esperava ouvir isso a essa altura.”