Como guardar direitinho suas garrafas de vinho

A maioria das garrafas compradas pelos fãs de vinho, em geral, é para o consumo no dia ou em algumas semanas. Para armaze nálas, não é necessário se preocupar tanto. Basta colocá-las em local onde não bata sol, longe de fontes de calor, como o fogão na cozinha, que tudo fica bem.

Quando, porém, temos opções a serem guardadas por meses, ou até anos, é necessário certos cuidados. Abaixo, estão alguns pontos sobre as condições ideais para a conservação duradoura. E lembre-se: a bebida bem conservada amadurece bem e melhora com o tempo. Mal guardada, envelhece precocemente, chegando à decrepitude rapidamente.

1 – Ausência de luz. O vinho é sensível a ela, por isso a maioria das garrafas é opaca.

2 – Temperatura constante e fria, se possível abaixo dos 16 graus. Mais importante, contudo, é sua constância. A variação faz com que o líquido se dilate e contraia, sugando ar por meio da rolha, permitindo a oxidação. Embora este seja um processo lento, que pode demorar anos, as temperaturas altas, típicas do nosso país, apressam o envelhecimento da bebida.

3 – A umidade não deve ser muito baixa, pois as rolhas podem ressecar, perder a elasticidade e permitir a entrada de oxigênio. Também não deve ser muito alta, pois favoreceria a formação de bolor nas rolhas, afetando o líquido. A umidade ideal é em torno de 65%.

4 – Ausência de vibrações/trepidações, ruídos, música. Tudo isso estimularia as reações químicas dentro da garrafa, apressando o envelhecimento da bebida.

5 – Ventilação é importante. Um local abafado poderia estimular o aparecimento de fungos na rolha, estragando o vinho.

6 – Ausência de cheiros fortes, que através da rolha iriam passar para a bebida.

7 – Sobre as garrafas ficarem em pé ou deitadas, estudos mostram que para a conservação da bebida não chega a ser relevante, mas para a armazenagem é muito mais prático que fiquem deitadas. Para conseguir essas condições, o ideal é uma adega climatizada, ou, como é comum na Europa, um porão, mais frio e com menos variação de temperatura.

1. Signature Alicante Bouschet 2020 Do produtor Encostas de Estremoz, do Alentejo-Portugal. Elaborado com 100% uvas alicante bouschet, amadurece por doze meses em barricas de carvalho francês. Cor violácea muito escura. Aroma de frutas negras maduras, notas balsâmicas. Paladar encorpado, macio, com taninos maduros, com 14% de álcool. R$ 197,53, na Wine.

2. Colección Limitada Viñas Viejas 2017 Do produtor Bodegas Luis Gurpegui Muga, de Rioja-Espanha, elaborado com tempranillo e garnacha, amadurece por 24 meses em 50% barrica francesa e 50% barrica americana. Rubi entre claro e escuro, aroma com madeira, especiarias, cereja, framboesa, tabaco, couro. Paladar de médio corpo, com acidez moderada e taninos médios. R$ 176,35, na Wine.

3. La Segreta Il Rosso 2020 Do produtor italiano Planeta, da Sicília. Um blend de nero d’avola, merlot, syrah, cabernet franc, sem passagem por madeira. Rubi escuro. Aroma de boa complexidade, com amoras, tabaco, pimenta, nota balsâmica. Paladar de médio corpo, com taninos macios de média estrutura, acidez equilibrada. R$ 199,90, na Evino.

4. Jùsto Leggermente Appasite 2018 Do produtor Cesari, da região italiana do Vêneto. Um corte de merlot e corvina. Rubi granada entre claro e escuro. Aroma de fruta madura, madeira, chocolate, geleias, couro, tabaco. Paladar de leve a médio corpo, com taninos macios, acidez moderada. R$ 169,90, na Evino.

Publicado em VEJA São Paulo de 15 de março de 2022, edição nº 2832

• Vinhos