É estranho dizer que comida é um vício. Mas é. Assim como cigarro, drogas e bebidas alcoólicas. Quem me contou isso foi o psicoterapeuta Paulo Buosi. Ele passou quinze anos de sua vida profissional tratando dependentes químicos, com quadros graves e outros nem tanto. Até que descobriu que poderia adaptar, com sucesso, a metodologia desse tipo tratamento também em pessoas com obesidade. A coisa deu tão certa que se transformou num negócio: ele abriu o Espaço Terapêutico Paulo Buosi para tratar seus pacientes.
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E qual a mágica? Ahhhhh, aí que tá o segredo. O paciente passa por duas entrevistas individuais – afinal, a ideia é identificar se ele é um viciado em comida ou não. O termo que se usa é compulsão alimentar. A partir de um diagnóstico preciso, ele segue para a consulta com o nutricionista (que faz toda aquela coisa de pesar, medir, e tal). Recebe sua dieta e pode ser encaminhado para tratamento em grupos ou sozinho.
Tem que ir no mínimo uma vez por semana. E, sim, também tem que se pesar todas as semanas. Não rola fugir. O curioso é que o papo, nesses grupos, não passa necessariamente sobre comida. “Na maioria das vezes, nem falamos disso”, ele me contou. Falam então sobre o que? Então, a estratégia desse processo terapêutico é justamente a mudança de comportamento. E quando você muda, você muda o foco. Que não será mais a comida. Bem interessante…
Confira, abaixo, sete característica de um viciado em comida:
– Ter um sentimento de incapacidade frente à obesidade, depois de várias tentativas de manter uma dieta ou o peso
– Comer escondido dos outros
– É obeso, ou está bem acima do peso, mas acredita fielmente que come pouco
– Sentir culpa recorrente pelos excessos alimentares e continuar repetindo o hábito
– Pular de tratamento em tratamento buscando uma novidade com a promessa de que vai emagrecer
– Comer por fator emocional: tristeza, alegria, solidão, por exemplo
– Saber que o excesso de peso afeta a saúde física, mental ou emocional e não mudar
Você se identifica com alguma dessas? Ó, eu não sou magra, mas emagreci 18 quilos e nunca mais engordei. Faz três anos. E sabe o que eu sentia? Nada disso. Eu sabia que estava ficando quase obesa e que um dia ia encarar. Então acho que não sou uma viciada, mas, como disse Paulo Buosi, arrumei um jeito de mudar: faço atividade física até na neve. Foi o jeito que encontrei para não voltar a engordar, mas não abandonar o prazer de beber um bom vinho. É isso.
Em tempo: para conhecer o trabalho do Paulo, clica lá www.paulobuosi.com.br. Tem também uma página do Espaço Terapêutico Paulo Buosi no Facebook.
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Um beijo, até mais.