Com o ano de 2023 chegando ao fim, confira abaixo uma retrospectiva musical com os pontos altos e baixos de shows e festivais em São Paulo.
Pontos altos
SHOWS INTERNACIONAIS
Em 2023, São Paulo esteve no radar das turnês de estrelas estrangeiras. As duas apresentações do americano Bruno Mars, no The Town, nos dias 3 e 10 de setembro, foram destaque.
Carisma e talento não faltaram, com hits cantados a plenos pulmões — o artista não precisou recorrer ao playback, tão comum em grandes espetáculos.
A passagem da banda britânica The Cure, no Primavera Sound, o show do trio californiano das irmãs Haim, no Mita Festival, e a estreia brasileira da americana Billie Eilish, no Lollapalooza, foram outros momentos formidáveis em festivais.
Entre as turnês internacionais, os ingleses Paul McCartney e a banda Coldplay não poderiam ficar de fora da lista.
SHOWS NACIONAIS
Não foram somente os gringos que fizeram bonito em São Paulo em 2023.
O ano foi marcado por apresentações brilhantes de veteranos da MPB, como Djavan, com a turnê D, Chico Buarque, com a temporada de Que Tal Um Samba?, Gilberto Gil, acompanhado da sua família, e Caetano Veloso, com os discos Meu Coco (2021) e Transa (1973).
Marisa Monte foi outro ponto alto, com a tour Portas e sua passagem pelo Primavera Sound, com participação de Roberto de Carvalho, cantando clássicos de Rita Lee (1947-2023).
O show da estrela Ludmilla no The Town foi outro destaque de 2023. Nos teatros e festivais menores da cidade, um projeto muito feliz foi o show Violivoz, de Chico César e Geraldo Azevedo.
CURADORIA CAPRICHADA
O Tranquilo SP é um projeto itinerante de shows intimistas com uma dinâmica única: as informações do evento, que acontece às segundas-feiras, são “secretas” — para receber as coordenadas, basta comentar ou responder postagens no perfil do projeto no Instagram.
O destaque aqui vai para a curadoria musical, sempre fresca e voltada para nomes estreantes, além de trazer pelo menos um artista mais conhecido por edição.
Jards Macalé, Marcelo Jeneci, Moreno Veloso, Ceumar, Silvia Machete e Tiê são algumas atrações convidadas neste ano.
NOVO ENDEREÇO
O Bona Casa de Música, antes em Pinheiros, mudou de sede e bairro no início do ano.
Agora no Sumaré, ganhou tamanho sem perder a sua essência aconchegante — a própria decoração foi mantida, quadro por quadro.
Agora com um palco mais espaçoso, oferece a mesma qualidade de shows nacionais com maior capacidade. Mesmo com duas sessões em noites mais cheias, os ingressos seguem disputados, então a recomendação é ficar de olho nas redes da casa e se adiantar.
SEM PERRENGUE
Entre os grandes festivais de música do ano, o destaque em organização foi o Primavera Sound, que aconteceu nos últimos dias 2 e 3 de dezembro.
Sedeado no Autódromo de Interlagos — assim como o Lollapalooza e o The Town —, sua distribuição do espaço proporcionou dois dias tranquilos, sem grandes congestionamentos na mudança de palcos, nas entradas e nas saídas.
Apesar de, entre as músicas, ter sido possível escutar shows que aconteciam simultaneamente em outros palcos, isso não chegou a atrapalhar a experiência.
Pontos baixos
DESORGANIZAÇÃO
Em 2023, grandes eventos sofreram críticas sobre a sua organização. O Cena Festival, em 9 e 10 de dezembro, divulgou os horários dos shows poucas horas antes dos portões abrirem.
No The Town, em setembro, houve reclamações sobre a proximidade dos palcos que recebiam as atrações principais, o que concentrou a multidão em um mesmo setor.
No Mita Festival, em junho, a maior crítica foi o tamanho exagerado da pista VIP.
Na saída do primeiro dia de Lollapalooza, em março, o público chegou a esperar duas horas para embarcar nos trens (confira o vídeo).
SEGURANÇA
Também aconteceram casos de falta de segurança. Um dos mais repercutidos foi o arrastão na saída da primeira apresentação do grupo RBD na capital paulista, em 12 de novembro, no Morumbi.
Vídeos nas redes registraram os momentos de correria — pelo menos quinze pessoas registraram queixa por furto.
CHUVA
O festival eletrônico Tomorrowland, que aconteceu em 12, 13 e 14 de outubro, em Itu, teve de cancelar um dia de evento após um forte temporal deixar áreas alagadas e enlameadas.
A produção precisou espalhar pedras e instalar placas no chão para consertar o estrago nas vias de acesso e viabilizar o último dia de festa, que ocorreu normalmente.
CANCELAMENTOS
Alguns festivais paulistanos tiveram baixas durante o ano. As maiores foram a banda Blink-182 e o rapper Drake, no Lollapalooza — o grupo não veio após o seu baterista passar por uma cirurgia no dedo, e o artista americano alegou “circunstâncias imprevistas”.
A banda Queens of The Stone Age e o artista Liam Payne, no The Town, e a cantora Angela Ro Ro, no Coala Festival, cancelaram por motivos de saúde.
Atração do Cena, o rapper Kodak Black foi detido por porte de drogas nos Estados Unidos e não viajou.
Publicado em VEJA São Paulo de 22 de dezembro de 2023, edição nº 2873