Quando Lucas Vinícius, 27, do canal Inutilismo, fechava os olhos na sua adolescência, a cena que saltava na sua imaginação era a seguinte: ele, em cima de um palco, tocando para uma multidão.
Nesta sexta-feira (6), no Espaço Unimed, em São Paulo, esse momento irá acontecer pela 61a vez desde junho de 2022, quando foi dada a largada da última etapa da turnê Minha Playlist de Funk — projeto em que Lucas, com sua banda, toca versões roqueiras de hits do funk e da música pop.
Este será o último show da turnê. De agora em diante, a carreira musical de Lucas seguirá um novo caminho, com um novo nome: Lvcas. O “V” é uma referência ao segundo nome, Vinícius.
Conhecido nacionalmente na internet desde 2013, a partir dos seus vídeos caseiros de humor, o paulistano foi, aos poucos, postando produções e séries musicais no seu canal. Hoje com quase 5 milhões de inscritos no Youtube, Lucas fez mais shows do que postou vídeos no último ano.
“A música sempre esteve comigo. Lembro de ajudar o meu pai nos trabalhos dele como eletricista, e escutar Queen e Led Zeppelin no seu rádio de mão. Ele era músico quando jovem, mas largou”, disse, em entrevista concedida à Vejinha.
Seu primeiro instrumento foi um violão que herdou do avô. Hoje, toca bateria, baixo, violão e guitarra, além de arranhar o básico de teclado — “Só para me virar”, como ele diz. Tímido e avesso aos estudos, com apenas dez anos começou a dedicar suas horas livres à música.
“Estudei em escola pública a vida inteira. Eu era pobre, assim como todo mundo à minha volta. Fiz a minha mãe suar sangue para me dar uma guitarra de menos de R$ 300,00”, conta. Com o auxílio da internet, que surgia na mesma época, aprendeu a tocar em pouco tempo. “Eu respirava guitarra, só queria saber daquilo. Fiquei viciado”, lembra.
Em paralelo às bandas de escola e as horas de estudo solitário, a outra grande paixão eram os vídeos de humor, muitas vezes produzidos ao lado da irmã. Depois de diversos canais criados no Youtube, um vídeo despretensioso, postado no seu Facebook pessoal, estourou da noite para o dia, em 2013.
“Dormi Miley Cyrus e acordei Hannah Montana (risos). A minha cabeça começou a borbulhar de possibilidades: era a minha oportunidade de fazer o que sempre fiz, mas sem ser só eu e a minha irmã assistindo”, conta. Assim começou a história do canal Inutilismo, que abriu um “caminho alternativo” para Lucas realizar o seu maior sonho: seguir carreira na música.
Entre o sucesso do humor caseiro e o seu primeiro lançamento autoral — o single Odisseia, lançado em setembro — o caminho foi longo e difícil. “Na escola, nunca me escolhiam para nada. Isso se transformou em uma insegurança tão grande que sempre tive medo de fazer as minhas coisas, com medo de ninguém querer consumir”, conta.
A escolha de um novo nome artístico é a marca desse processo de aceitação, e resultado dos últimos quatro anos de shows lotados com repertório de covers, que prepararam Lucas para essa nova fase. “A minha meta para o próximo ano é lançar um álbum, para voltar aos palcos o mais rápido possível”, adianta.
Para o futuro, os seus desejos são simples: “Quero tocar música e fazer os outros darem risada. Enquanto eu puder estar fazendo essas duas coisas, serei muito realizado”, diz.
Restam poucos ingressos. 18 anos. Espaço Unimed. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, ☎ 3868-5860. ♿ Sex. (6), 22h30. R$ 192,00. espaçounimed.com.br.