Neste sábado (12), Alceu Valença e a Orquestra Ouro Preto estarão juntos no palco do Espaço Unimed para o show especialíssimo do projeto Valencianas II, segunda versão de projeto que nasceu em 2010.
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“Em janeiro de 2020, nós gravamos um concerto na cidade do Porto, na Casa da Música. Um local maravilhoso, com uma acústica incrível. Mas com a pandemia, a gente guardou o projeto para o momento que pudesse se deslocar com a orquestra inteira”, diz Alceu sobre o disco do show, lançado em agosto deste ano.
Os clássicos da carreira do pernambucano que ficaram de fora do primeiro álbum, Valencianas: Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto (2014), estão inclusos neste repertório, como Táxi Lunar, Como Dois Animais, Papagaio do Futuro e Solidão. No show, podem ser esperadas faixas dos dois discos.
“Show com orquestra é um delírio. É muito bom. A música erudita acalma as pessoas. E as pessoas da orquestra são maravilhosas”, conta o artista. “Quando eles tocam sozinhos as suítes das minhas músicas, eu saio do palco e fico curtindo. Nesse momento eu sou o público. É muito bom viajar para atrás da cortina. Ali sou cantor e espectador”, diz.
Sobre a diferença de se apresentar com uma orquestra, Alceu brinca: “Fico bem mais comportadozinho com eles, é diferente”. O concerto é dirigido pelo maestro Rodrigo Toffolo e tem cenografia de Paulo Rogério Lage.
Homenageado nesta semana no Prêmio UBC, Valença viveu um momento de redescoberta de sua obra durante a pandemia, com a popularização de clássicos como Anunciação e Belle de Jour em gerações mais novas, através das redes sociais e de remixes dançantes dos seus hits.
Mas nem sempre foi assim, conta Alceu. “Era muito complexo de entrar nos meios de comunicação. Eu e Geraldo fizemos o primeiro disco (Alceu Valença e Geraldo Azevedo, 1972) e não deu em absolutamente nada, não houve repercussão”, conta. “O boom da minha carreira foram os discos Vivo! (1976) e o Espelho Cristalino (1977)”, conta.
Neste começo de carreira, foi em São Paulo que a dupla se lançou no Festival Abertura de 1975, no Teatro Municipal. “Depois de ter batalhado tanto, foi aquilo que me mostrou para o Brasil”, relembra Alceu. Sobre a cidade, ele confessa: “Eu gostaria de ter morado em Sampa. Gosto de caminhar na Paulista, no Morumbi. Tenho muitos amigos aí. E acho a cidade muito acolhedora”, diz.
No final do ano, Alceu irá passar uma temporada descansando em Lisboa. Mas segue matutando os planos do Valencianas. “Daqui a um tempo quem sabe a gente começa a fazer shows no mundo todinho com orquestra”, comenta. Restam poucos ingressos. 14 anos. Espaço Unimed. Rua Tagipuru, 795, Barra Funda, ☎ 3868-5860. ♿ Sáb. (12), 21h30. R$ 160,00 a R$ 480,00. espacounimed.com.br.
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