A primeira vez que falei com Murilo Rosa foi numa entrevista por telefone quando ele estava lançando, em 2010, Aparecida – O Milagre. Foi um bate-papo ótimo em que descobrimos uma coincidência: nascemos dia 21 de agosto – Murilo é mais novo, é claro. Não me recordo, exatamente, quando o conheci pessoalmente, mas sei que, no lançamento de A Menina Índigo, em 2017, passei no Reserva Cultural, onde ele estava recebendo a imprensa, para dar um abraço no ator. Logo depois, em outubro de 2018, às vésperas das eleições, o reencontrei para, agora sim, fazer uma entrevista em vídeo na pré-estreia de A Cabeça de Gumercindo Saraiva. Rendeu bem e você pode conferir clicando aqui.
Murilo, como dá para notar pelo texto acima, sempre foi parceiro e muito atencioso comigo. E não à toa, depois de rodar a segunda temporada de Rio Heroes, que está disponível no Fox Premium, me prometeu escrever uma dica de algo que tenha visto no streaming. Gostei da indicação, sobretudo porque, além de ter ficado inédito nos cinemas brasileiros, Hostis é um filme que eu não vi. Confira abaixo o texto do ator:
“O que me fez assistir a Hostis foi a linda foto do cartaz, que tem dois atores que admiro, Christian Bale e Wes Studi. Bale está sempre envolvido em bons filmes e tem o que eu aprecio em um intérprete: uma certa obsessão e respeito por personagens com que me identifico. Por exemplo: ele deu uma “bronca” no diretor de fotografia de O Exterminador do Futuro — A Salvação (2009) porque se sentiu desrespeitado profissionalmente. O trabalho num set de filmagens é precioso e mágico — e ele parece entender isso muito bem. E Wes Studi tem um rosto impressionante e inesquecível, que me marcou desde que eu o vi em O Último dos Moicanos, em 1992.
A trama de Hostis se passa em 1892. Bale interpreta um capitão do Exército prestes a se aposentar, que recebe a missão de escoltar um líder dos índios cheienes (papel de Wes Studi) e sua família. Rosamund Pike faz uma mulher abalada por uma tragédia, que se junta ao grupo. É um drama puro que, mesmo não sendo genial, merece atenção e ficou inédito nos cinemas brasileiros.
Além das ótimas atuações, há a grandiosidade que o diretor Scott Cooper dá ao elenco em belos closes. Com seus planos magníficos, a fotografia do filme talvez seja bela demais, mas jamais cai no óbvio. Hostis apresenta reflexões. Temos bondade e ódio em ambos os lados e os personagens acabam se misturando de uma forma muito bonita, construída com elegância. Sim, é uma história cruel e hostil — assim como a vida”.
> Hostis está disponível no Telecine (pelo NOW) ou no Telecine Play.
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