Para quem não tem paciência e tempo para longos documentários, eis duas sugestões bem bacanas que estão na Netflix: dois curtas-metragens, que abordam os laços familiares.
Minhas Famílias > Hao Wu se sentia um estranho no ninho na China, mesmo depois da abertura para o Ocidente. No início da década de 90, ele se mudou para os Estados Unidos. Assumiu sua homossexualidade, virou diretor de cinema e encontrou um parceiro, Eric. O documentário relata a “epopeia” do diretor em contar aos parentes, que sabem de sua orientação, e ao avô, extremamente conservador, que ele e o companheiro serão pais de dois bebês, gerados em barrigas de aluguel. Entre Xangai e Nova York e narrado em primeira pessoa pelo realizador, o filme, de apenas 40 minutos, traça um painel das relações familiares do cineasta com rara transparência, revelando preconceitos arcaicos, tolerâncias inevitáveis e a aceitação entre prós e contras.
3 Minutos, um Abraço > Em 2018, um evento incomum ocorreu na fronteira entre os Estados Unidos e o México. De um lado estava El Paso, no Texas; do lado mexicano, Ciudad Juárez. O motivo era emoção na veia. Exilados puderam reencontrar seus parentes por apenas três minutos e, assim, matar a saudade corpo a corpo. O documentário dura pouco menos de meia hora, não há diálogo e a trilha instrumental acompanha a agonia antes do encontro, as trocas de afeto e a choradeira da separação. Eram pais separados dos filhos, crianças afastadas dos parentes, menores que se tornaram adultos em outra terra buscando suas origens. Difícil não se comover com o trabalho enxuto e afetivo do experiente diretor Everardo González.
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