Já sem o patrocínio da Caixa Econômica Federal, o Belas Artes segue agora na luta para buscar outra marca capaz de bancar sua despesa principal. “O patrocínio é para o aluguel”, me disse André Sturm, dono do complexo de seis salas na Rua da Consolação, numa conversa na manhã desta sexta (1).
Herói da resistência dos cinemas de rua, o Belas Artes já enfrentou crises piores e conseguiu superá-las. A previsão de Sturm é otimista: “Já estou conversando com várias empresas e a mobilização da imprensa e dos frequentadores está sendo fundamental para continuar lutando”.
Sem revelar o valor exato do aluguel, Sturm, ex-Secretário Municipal da Cultura de São Paulo e ex-diretor do MIS, diz que o preço condiz com o do mercado, algo em torno de 100 000 reais. “O patrocínio da Caixa era de 1,5 milhão ao ano”, revela. “Isso cobria os custos de aluguel e, para eles, era um grande negócio em termos de marketing”. Além de benefícios para os clientes da Caixa, o Belas Artes sedia uma das salas para que eles usassem uma vez por mês.
O que inviabiliza o funcionamento do Belas Artes e dos cinemas de rua em geral (vide o caso semelhante do Cinearte, que vai perder o patrocínio da Petrobras no fim de março) é o aluguel. Como não estão instalados em shoppings, o Belas Artes e o Cinearte penam com os altos custos da locação. Fora o aluguel, Sturm diz que, com o movimento das bilheterias do Belas Artes (um dos mais queridos dos paulistanos), consegue se manter aberto.
Ele também está escutando propostas de clientes que, sugeriram, por exemplo, que cada sala fosse patrocinada por uma marca. “Tenho esperança que tudo se resolva com apenas uma empresa, já que o valor não é tão alto e o retorno, grande”. Estamos, todos, na torcida para que o desfecho seja feliz e o mais rápido possível.
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