[Com reportagem de João Batista Jr.]
Depois de atrasar o salário de funcionários, deixar de pagar o aluguel mensal de 50.000 reais e perder o crédito com fornecedores, o tradicional restaurante Antiquarius, na Alameda Lorena, foi colocado à venda.
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“Devemos finalizar o negócio nas próximas semanas”, afirma o proprietário Thales Martins Filho. Um grupo português, cujo nome é mantido em segredo, será o acionista principal. Thales diz que terá uma participação pequena. À frente da casa desde 2008, ele fala na entrevista a seguir sobre a crise do endereço:
VEJA SÃO PAULO — A venda do restaurante é para o senhor pagar suas dívidas?
Thales — Muitos processos movidos por bancos estão sendo equacionados. Hoje resta apenas uma conta de pouco mais de 200.000 reais com o Itaú. Mas essa quantia não é nada.
VEJA SÃO PAULO — Como assim?
Thales — Um saldo negativo de 200.000 reais não é dívida. Esse tipo de estabelecimento fatura cinco vezes mais.
VEJA SÃO PAULO — O senhor também é alvo de um processo de ordem de despejo, no valor de 441.540 reais, por atraso no pagamento de aluguel?
Thales — Sofremos com alguns problemas, mas essa questão está resolvida. Tanto que os novos proprietários do Antiquarius vão ficar nesse mesmo endereço.
VEJA SÃO PAULO — Qual sua parcela de culpa nessa crise?
Thales — Entenda que eu não sou do ramo — passei a administrá-lo após a morte da minha mulher [Maria Eduarda, filha do fundador do Antiquarius carioca, Carlos Perico]. Com a venda da maioria das cotas, serei um sócio minoritário e não cuidarei de nada.