Ex-diretor financeiro do Teatro Municipal, José Luiz Herencia confessou desvios de dinheiro que surrupiaram até 20 milhões de reais dos cofres públicos. Para amenizar sua punição, acertou uma delação premiada com o promotor Arthur Lemos Jr. e comprometeu-se a devolver cerca de 5 milhões de reais. Seus depoimentos reúnem acusações contra John Neschling, diretor artístico do Municipal, e Valentin Proczynski, agente cultural argentino cuja empresa fica sediada em Mônaco.
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Proczynski é um dos empresários de Neschling no exterior — vende regências do maestro em teatros da Europa. Segundo Herencia, Neschling privilegiaria a contratação do colega de trabalho em montagens no Municipal em troca de mais apresentações fora do Brasil. Proczynski organizou por aqui concertos que, somados, ultrapassaram 6 milhões de reais em gastos de produção.
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Um deles, batizado de Alma Brasileira, custou 1,2 milhão de reais — mas nem sequer foi executado. “As acusações são falsas, e a delação não passa de uma vingança pessoal”, afirma Eduardo Carnelós, advogado de Neschling. Foi o maestro quem procurou o prefeito Fernando Haddad, em setembro de 2015, para fazer denúncias quanto à gestão do Municipal, quando então começaram as investigações.