O assunto, a bem da verdade, é prioritário da esfera estadual, mas a segurança pública tem se tornado o centro dos discursos dos vereadores neste ano, em especial os travados sob as lentes da TV Câmara. O principal sintoma: a “bancada da bala”, que andava meio discreta, está mais afiada do que nunca. “Sempre torci para que bandido que baleei morresse”, declarou Conte Lopes (PTB) em sessão no dia 17. Na mesma ocasião, Coronel Telhada (PSDB) complementou: “Bandido é para a cadeia ou para o saco”. A maior polêmica ainda está por vir. Em 9 de maio, os legisladores entregarão a Salva de Prata à Rota, grupo da Polícia Militar conhecido pela linha duríssima. Quando aprovada, no ano passado, a honraria, uma das principais da casa, motivou protestos furiosos de grupos de direitos humanos, que lotaram o plenário aos gritos de “policiais assassinos” e “fascistas”. A comenda, porém, não será feita no Palácio Anchieta, mas na própria sede da Rota, com direito a banda tocando. Nada a ver com receio dos manifestantes, diz Telhada, que propôs a distinção. “O quartel é um lugar muito mais espiritual para nós.”