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Um banquete de cinema

Para reativar a série de posts sobre cinema e gastronomia aqui no blog, escolhi falar sobre um dos filmes mais saborosos da história do cinema: A Festa de Babette (1987).  Dirigido pelo dinamarquês Gabriel Axel, que morreu no domingo (9/2) aos 95 anos, o longa levou, na época do seu lançamento, o Oscar de melhor […]

Por Débora Komukai
Atualizado em 26 fev 2017, 22h43 - Publicado em 17 fev 2014, 23h52
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    Para reativar a série de posts sobre cinema e gastronomia aqui no blog, escolhi falar sobre um dos filmes mais saborosos da história do cinema: A Festa de Babette (1987).  Dirigido pelo dinamarquês Gabriel Axel, que morreu no domingo (9/2) aos 95 anos, o longa levou, na época do seu lançamento, o Oscar de melhor filme estrangeiro, além de um Bafta e um prêmio no Festival de Cannes. A produção se passa no século XVIII e conta uma história aparentemente insossa, sobre duas irmãs protestantes que abdicaram dos prazeres mundanos e se dedicam a fazer caridade. Quem assiste ao filme precisa resistir aos primeiros minutos de calmaria até ser fisgado de vez pela trama, o que ocorre quando as protagonistas recebem em sua casa uma refugiada francesa chamada Babette.

    A personagem escapou da Guerra Civil na França e pediu asilo a Filippa e Martine em troca de seus serviços na casa das moças. Como cozinheira, executava apenas as receitas tradicionais e modestas que suas anfitriãs ensinavam . Sutilmente, ela vai mostrando seu grande talento com as panelas. Para agradecer a acolhida, Babette propõe oferecer um jantar para honrar a memória do pai das moças, um importante pastor no vilarejo.  As irmãs topam.

    Ela, então, reúne todas suas economias e importa da França os ingredientes para o banquete – tartarugas, codornas, caviar, trufas, foie gras, queijo e vinho chegam de barco à cidade. Os moradores ficam espantados com os produtos, nunca antes vistos por ali, e as irmãs pensam que Babette está realizando alguma espécie de bruxaria. Mesmo determinadas a manterem distância daquelas receitas, comendo apenas por necessidade e recusando o prazer da alimentação, elas se pegam encantadas com a farra gastronômica. Enquanto isso, os convidados, entre um gole de vinho e uma garfada, começam a resolver suas desavenças passadas.

    Stephane Audran como Babette. FOTO: Divulgação

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    Um deles é um general culto e viajado, que reconhece na comida de Babette uma “habilidade de transformar um jantar e uma espécie de caso de amor, um caso que não diferencia o apetite carnal do apetite espiritual”. Um dos pratos de mais destaque na cerimônia é a codorna no sarcófago. Nesta receita, a ave é recheada com foie gras, assada, regada a um molho a base de vinho tinto e envolta em massa folhada.

    Peter Bradshaw descreveu bem o filme no jornal britânico The Guardian: “é como se as porções de sensualidade diária que eles recusaram a vida inteira estivessem agora somadas e apresentadas a elas de uma vez só nesse notável banquete, justo quando elas precisam dar adeus ao mundo, com todos seus prazeres e vaidades. Mais de vinte anos depois, a história continua charmosa e sedutora.”

    por Victoria Khatounian

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