Vou ao Planeta Terra desde 2009. Em todos os anos, sempre tinha alguma banda escalada na programação que (pelos menos) despertava a minha curiosidade. A edição de 2012, porém, foi diferente – não só para mim, já que os ingressos não chegaram a esgotar. Nos anos anteriores, as entradas desapareciam das bilheterias rapidamente. No sábado (12), fui ao festival preparada para não gostar do que veria. Com um agravante: caso as atrações estivessem chatas, não teria o barco vicking e a montanha-russa para passar o tempo (os brinquedos do Playcenter, após beber uma ou duas latinhas de cerveja, ganhavam proporções divertidas). A mudança do evento para o Jockey Club ainda tinha como ponto negativo, além da perda do espaço lúdico, a inevitável comparação com o Lollapalooza, que ocorre no mesmo local e anunciou atrações de peso para 2013. A boa notícia é que, para quem foi ao festival sem expectativas, saí no lucro. As apresentações do Garbage e do Gossip (obrigada, Beth Ditto) foram muito boas. Confira os pontos que deram certo e errado no Planeta Terra:
Deu certo:
– A proximidade entre os palcos permitiu possíveis espiadas em atrações que estavam tocando no mesmo horário
– Pontualidade. Uma característica do festival
– Segundo a organização, 30 mil pessoas compareceram. Não parecia! Havia muito espaço livre e filas em caixas e banheiros não chegaram a ser um problema
– O Garbage levou peso ao evento. Um show alto e com proporções de arena
– Após cancelar duas passagens pela cidade, Beth Ditto, vocalista do Gossip, se redimiu com os paulistanos. Carismática, driblou a sua banda medíocre e a pouca quantidade de hits com trechos de canções alheias. Lady Gaga, Beatles, Queen, entre outros, receberam citações
Não rolou:
– Mallu Magalhães e Azealia Banks sofreram com problemas técnicos em suas apresentações
– Escalar todas as atrações nacionais para as primeiras horas do evento não tem cabimento
– Os headliners do festival não eram fortes para segurar um evento de 30 mil pessoas
– O evento perdeu o clima nostálgico do Playcenter
– A curadoria do Planeta Terra não se demonstrou ligada com o que está rolando no exterior
– Se por um lado a proximidade entre os palcos facilitava as espiadas, por outro o som vazava
Ressalva:
– Não foi simples atrair público para o Planeta Terra deste ano. Caso haja mais uma edição no ano que vem, será preciso trazer bandas mais relevantes (e de apelo) ou repensar o seu conceito e estrutura