A bartender Chula — ou Chula Barmaid, o que quer dizer o mesmo — voltou a São Paulo. Tentou viver longe, por quase um ano, no Equador, mas acabou retornando em junho. Diz que é para ficar (ao menos por um tempo). Veio se dedicar ao Cineclube Cortina, no Centro, o bar revelação de 2022. “O desenho do balcão criamos por videochamada”, conta a profissional, que também montou a equipe e elaborou a carta.
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A ideia, a princípio, era permanecer apenas quinze dias no início da operação, porém foi ficando, ficando e ficando, até receber o convite dos donos da casa para estender a morada. Isso não significa, porém, que Chula não vá viajar de tempos em tempos à equatoriana Baños de Agua Santa para cuidar do bar que abriu com amigos em um hostel no ano passado, ou da vira-lata caramelo Vita, adotada na capital paulista durante a pandemia, que ficou ali. Nem vai deixar de fazer consultorias em outros estabelecimentos, durante as quais treina os times com o uso de técnicas das artes cênicas — sim, a bartender de 35 anos se formou em um curso técnico de teatro ao terminar o colégio.
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Ainda assim, todas as quintas e sextas são sagradas: Chula toma conta pessoalmente do balcão do Cortina, onde prepara receitas como a versão do singapore sling de cachaça, abacaxi, licor de amarena e xarope de frutas (R$ 33,00), servido com uma bexiguinha e um boneco. É a oportunidade de o público matar a saudade dessa ótima anfitriã, que chegou aqui em 2018 para chefiar o Bar dos Arcos, onde permaneceu até junho de 2021, quando decidiu ir embora.
Antes de se mudar para cá, a profissional já carregava uma bagagem etílica. Passou por bares portenhos importantes, como o Nicky Harrison, e trabalhou com nomes como Tato Giovannoni, do badaladíssimo Florería Atlántico. De tempos em tempos, dava seus “pulos” pelo mundo, a labutar em países como Uruguai, Índia, França, Espanha…
Nos momentos em que não “está” de Chula, sua persona no bar, e volta a ser Cynthia Soledad Zamora (“Sou tímida fora da personagem”, confessa), ela gosta mesmo é de beber dois ícones argentinos: o fernet cola (“meu preferido!”) e o mate. E só deixa o apartamento onde mora, no célebre Edifício Planalto, no Centro, para conhecer algum izakaya ou ir a festinhas “boas” (frisa) de música eletrônica underground. “Sou muito bem-vinda em São Paulo e tenho liberdade para criar. É a minha cidade no mundo para morar”, afirma. “Nunca vou ficar fixa num lugar, mas a base é aqui.”
Pela habilidade em receber, criar boas misturas e formar bem equipes, Chula recebe o título de bartender do ano por VEJA SÃO PAULO COMER & BEBER.
Leia a resenha sobre o Cineclube Cortina aqui.
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Publicado em VEJA São Paulo de 9 de novembro de 2022, edição nº 2814.
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