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Depois de Lembro Todo Dia de Você (2017) e Brenda Lee e o Palácio das Princesas (2022), que abordam a questão HIV/Aids no Brasil, o Núcleo Experimental estreia nesta sexta (12) mais um musical com a temática, Codinome Daniel. O espetáculo, que ocupa a sede do grupo, encerra a chamada Trilogia Para a Vida.
Agora, o foco recai sobre o ativista mineiro Herbert Daniel (1946-1992), um homem gay portador do vírus que participou do movimento armado contra a ditadura e é conhecido como pioneiro na luta dos direitos das pessoas com HIV. “Herbert foi uma figura muito importante, a ponto de a Organização Mundial da Saúde utilizar o lema dele (‘Viva a Vida’) na campanha internacional sobre a Aids na época, mas ele foi totalmente esquecido”, diz o ator Davi Tápias, que vive o protagonista.
Em dois atos, o musical retrata o período em que Herbert ficou isolado em um apartamento em Niterói, a descoberta do diagnóstico e o amor pelo artista Cláudio Mesquita (papel de André Loddi), com quem viveu até morrer, em 1992. A trama é baseada na única biografia sobre o militante, Revolucionário e Gay: a Extraordinária Vida de Herbert Daniel (2018), do historiador americano James Green, e é embalada por músicas originais de Fernanda Maia. “James assistiu a um dos últimos ensaios e se emocionou”, conta o ator. “É uma honra fazer esse personagem, principalmente porque quase não existem peças que falem sobre a comunidade LGBTQIA+ brasileira. Participar desse musical é ver a história sendo escrita.” A direção é de Zé Henrique de Paula (120min). 12 anos.
Teatro do Núcleo Experimental. Rua Barra Funda, 637, Barra Funda, ☎ 3259-0898. ♿ Seg., sex. e sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 40,00. Até 4/3. nucleoexperimental.com.br.
Publicado em VEJA São Paulo de 12 de janeiro de 2024, edição nº 2875
