Recém-saído do hospital, por causa de um tratamento para insuficiência renal, Gilberto Gil subiu novamente ao palco do Citibank Hall nesta sexta (16) ao lado de Caetano Veloso para um show da turnê Dois Amigos, Um Século de Música, o mesmo que os dois apresentaram por aqui no ano passado.
De saúde frágil nos últimos tempos, Gil, de 74 anos, chegou a cancelar uma apresentação no Rio de Janeiro, em agosto.
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O show estava marcado para começar às 22h30. Quinze minutos depois, o público ainda se acomodava quando as cortinas subiram e a dupla, munida de seus violões, já lançava Back in Bahia, com um cenário que incluía bandeiras dos estados brasileiros, uma mesinha e uma taça de vinho para Caê e uma de água para Gil.
A noite foi de Gil
O show seguiu com Coração Vagabundo e Tropicália. Neste início, sua voz parecia debilitada e que não aguentaria ou não alcançaria o tom por muito tempo, porém logo voltou à força normal.
Caetano era o responsável pela maioria das primeiras faixas, as quais Gil acompanhava com o violão e nos vocais de apoio, quando não, em um trecho inteiro. Seguiram com É de Manhã, As Camélias, até a plateia ir ao delírio com Sampa.
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A segunda parte do show foi dominada por ele. Não apenas na maioria das composições, mas também na liderança vocal. Começou com Eu Vim da Bahia. Por vezes, Caetano encostava seu violão, mexia os ombros como em uma dancinha, sem sair da cadeira. Enquanto isso, Gil soltava a voz, levemente rouca, mas sem danos para o público, como no cover Tres Palabras. A plateia incentivava e gritava elogios direcionados a ele.
Gil ainda protagonizou o momento mais emocionante da apresentação. O show seguia quando as luzes baixaram um pouco mais e um holofote iluminou-o com mais intensidade. Sozinho cantou Não Tenho Medo da Morte. Silêncio absoluto no espaço. Foi aplaudido de pé.
Sem “Fora Temer” no palco
Conhecido por discursar durante as apresentações, Caetano, desta vez, ficou em silêncio. Os dois, aliás, quase não conversaram com os fãs por ali. Chegaram a comentar sobre uma ou outra faixa, mas nada mais elaborado do que isso. Não que o público não tivesse incitado e insistido.
No início, “Fora Temer” foi gritado em coro diversas vezes, acompanhado por pedidos de silêncio. Caetano percebeu a provocação mas se conteve. Esboçou alguns sorrisos quando cantou Odeio Você e a plateia completou o refrão com o nome de Temer. A partir dali, as manifestações cessaram.
A dupla segurou o público sozinha até o final. Continuou com Expresso 2222, Toda Menina Baiana, Avisa Lá, Filhos de Gandhi e encerrou com um bis de Desde que o Samba é Samba, Domingo no Parque e Tieta.
Juntos, saíram abraçados do palco, encerrando um lindo espetáculo. Neste sábado (17), a apresentação deve ser repetida no Citibank Hall. Ainda restam ingressos para venda na bilheteria do local.