Memória

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Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.
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Objetos dos antigos armazéns da esquina

Toda vendinha tinha essas coisas

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 set 2017, 18h49
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  • Nos tempos em que não havia tanta tecnologia, os armazéns (ou “vendas”) existiam em cada esquina, e esses pequenos mercados de conveniência eram a maior, e às vezes a única fonte de mantimentos para a população, principalmente na periferia da cidade.

    Em dias mais simples e menos violentos, as mães ficavam tranquilas em pedir a seus filhos que fossem até a venda para comprar alguma coisa de última hora e marcar na caderneta, o sistema de crediário mais simples que existe e que quase nunca dava dor de cabeça. O dono do armazém geralmente sabia de cor os dias em que cada freguês recebia seu ordenado (palavra muito usada para “salário” naqueles tempos), e já esperava o pagamento das dívidas do mês para aquela data. O que valia mais era a confiança e a palavra.

    As crianças iam àqueles lugares maravilhosos, um mundo gigantesco de novas coisas a descobrir, pegavam o que a mãe havia pedido e também alguma guloseima que o dono do lugar insistia em dar a elas. Ninguém tinha nenhum problema com isso, nem a mãe, nem o dono e, principalmente, nem a criança. Éramos como uma família, todos se conheciam pelo nome, todos confiavam uns nos outros.

    Já falamos sobre as guloseimas maravilhosas que encontrávamos por lá em outro post, mas hoje relembraremos objetos comuns que víamos nos armazéns, e muitos deles nem sabíamos o que era. A maioria não existe mais hoje em dia, pelo menos não da forma que eram há quarenta ou cinquenta anos; por isso, prepare-se para uma rápida viagem no tempo.

     

    Dependendo da época, dois tipos podiam ser encontrados. Os mais antigos se lembrarão daquelas com pesos comparativos, e os não tão antigos já conviveram com as balanças de escala, geralmente da marca Filizola, que não podiam faltar em nenhum armazém de secos & molhados, como eram conhecidos esses estabelecimentos na sua áurea fase.

    balança
    (Reprodução/Veja SP)
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    Hoje um objeto de decoração, os baleiros não podiam faltar em nenhuma vendinha de esquina. Era lá que ficavam todas as opções das balas mais desejadas pela garotada da época.

    baleiro
    (Reprodução/Veja SP)

     

    Um rádio estrategicamente posicionado fazia as vezes de “central de entretenimento” do lugar. Sempre sintonizava uma rádio AM de gosto popular, com músicas brasileiras tocando a maior parte do tempo.

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    radio
    (Reprodução/Veja SP)

     

    Era o “cartão de crédito” de antigamente. Pegue hoje e só pague no final no mês. Todo mundo tinha uma conta na vendinha perto da sua casa, e suas dívidas eram anotadas ali. Algumas vendas adotavam a caderneta dupla, uma ficava no estabelecimento, outra com o freguês. A cada compra, ambas eram atualizadas.

    caderneta
    (Reprodução/Veja SP)

     

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    O balcão geralmente tinha uma parte de vidro, onde eram guardadas as guloseimas. O acesso era só pelo lado de dentro.

    balcão
    (Reprodução/Veja SP)

     

    Produtos como arroz, feijão e milho de pipoca eram vendidos a granel, e ficavam acondicionados em enormes sacos de estopa. A gente pedia por peso, e o vendedor, com a ajuda de uma concha como a da foto, pesava pra gente a quantidade certa.

    concha
    (Reprodução/Veja SP)
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